Por preços competitivos no Brasil, a Volvo passou a dar ênfase total aos modelos híbridos recarregáveis em tomada. O resultado reflete-se em vendas crescentes. Agora a empresa entra no mercado de elétricos com o XC40 Recharge, que apresenta visual praticamente igual ao híbrido plugável homônimo, salvo a grade dianteira sem entrada de ar.
O elétrico custa R$ 389.950, valor 45% superior ao do híbrido plugável. A linha atual da marca sueca fica assim totalmente concentrada em modelos parcial ou totalmente elétricos. Uma estratégia diferenciada frente aos concorrentes diretos e indiretos. Só do elétrico pretende entregar 450 unidades e assim assumiria a liderança desse nicho de mercado.
Apesar dos 2.118 kg de massa (500 kg só de baterias), o SUV é bastante ágil. Há um motor em cada eixo. Juntos entregam 408 cv e nada menos de 67,3 kgf.m de torque. Isso garante aceleração de 0 a 100 km/h em 4,9 s, de acordo com o fabricante. Alcance declarado (norma WLTP) é de até 418 km, mas na estrada é difícil de conseguir. Durante a apresentação no Rio Grande do Sul, depois de rodar em rodovias por cerca de 200 km, restavam só 33% de carga restante.
Em circuito urbano, com a forte regeneração automática durante as frenagens, o alcance referido é possível. No tráfego em cidade raramente se usa o pedal de freio. O pacote de assistência de segurança ao motorista é completo, como todo Volvo. Os faróis de LED, no entanto, não dispõem de comutação automática alto/baixo como o Jeep Commander fabricado aqui, por exemplo.
No outro extremo da escala de preço está o subcompacto chinês JAC e-JS1, elétrico mais barato à venda por R$ 149.900. O modelo é o primeiro desenvolvido depois que a VW comprou 50% da empresa chinesa. Seu desenho mostra um hatch de linhas ousadas, teto alto pintado em cor contrastante à carroceria e apenas 3,65 m de comprimento. No interior de aspecto minimalista destacam-se tela do multimídia de 10,25 pol., console amplo (inclui botão para freio de imobilização elétrico, bom espaço para recarregar o celular por indução) e uma pequena alavanca na coluna de direção para controlar avanço e ré.
O motor entrega só 62 cv, mas os 15,3 kgf.m de torque garantem agilidade em uso urbano. Suspensões bem firmes e precisão ao volante indicam a “mão” da VW no projeto. A bateria tem apenas 30 kWh e alcance declarado de até 300 km. Essa distância é 50% menor em rodovias. Em estrada, apesar de limitado a 110 km/h, dá para guiar sem sustos. Porém, a sensação de pisar um pouco mais no acelerador para uma ultrapassagem rápida e o motor não responder é desagradável. Porta-malas não carrega estepe (há bolsa com kit de reparo) e oferece apenas 121 litros de capacidade.
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