Ao mesmo tempo em que o brasileiro sofre vendo a seleção masculina tentando bater o modesto Panamá — quase perdendo no tempo regulamentar e na prorrogação —, ele se contenta com o ouro conquistado pelo Brasil Feminino. As meninas encantaram em todos os jogos, vencendo a maioria de goleada, sendo que o destaque maior ficou para a grande decisão: quatro a zero para cima das colombianas com direito a gol olímpico. Todavia, em meio a tudo isso, tenho uma preocupação.
Há muitos anos a Seleção Feminina é referência mundial graças ao futebol de Marta e cia. Neste a Pan, Formiga foi a grande estrela brasileira, porém a atleta de 37 anos está perto de se aposentar. Além das duas, outras meninas também vestem a camisa verde-amarela há um bom tempo, o que nos chama a atenção às futuras gerações.
O caminho para se tornar uma jogadora de futebol é muito mais difícil comparado ao do homem. Para as mulheres, são poucas as opções e as oportunidades de crescer nesse esporte que ainda é pouco valorizado no país. Assim, fica cada vez mais complicado não só alcançar como ascender à seleção principal. Desse modo, o Brasil seguirá comandado por Marta, Formiga e Cristiane por muitos anos e dificilmente com algum suplente imediato que não desequilibre a qualidade brasileira.
Quanto ao ouro conquistado, considero importante por gerar um alívio após a eliminação no último Mundial, que aconteceu em Toronto. Ademais, o triunfo no Pan comprova que o Brasil é a maior força no continente. Agora, vamos aguardar os jogos do Rio em 2016, quando participarão Estados Unidos, Japão e outros países que serão dignos rivais para as brasileiras.