Um hatch compacto — 3.981 mm de comprimento, 2.540 mm de entre-eixos, 1.734 mm de largura e 1.587 mm de altura — com motor tricilindro turbo flex de 1 L, 130 cv (E)/125 cv (G), 20,4 kgf·m e massa em ordem de marcha de 1.115 kg torna-se combinação atraente para quem gosta de acelerar. E isso o Citroën C3 You! faz bem, mas exige certa atenção em curvas. Afinal, com o mesmo vão livre do solo de 180 mm, suspensão levemente mais firme e pneus de mesma seção (195/65 R15) das outras versões, não se pode esperar muito nesse mister.
A decoração tem apliques azuis exclusivos externos e internos que fogem do tradicional vermelho, sem nenhum atrativo em especial. Também não ajudam uma posição alta demais ao volante e a sentida ausência de simples conta-giros no modesto quadro de instrumentos. Para compensar há uma boa tela multimídia de 10 pol. e câmera de ré, além de conexão sem fio (AndroidAuto e Apple CarPlay) para celulares.
As limitações do projeto deixaram de lado a regulagem de distância do volante. Mas o espaço interno é muito bom, em especial no banco e trás. Porém, os comandos dos vidros elétricos traseiros ficam no console em posição recuada, inadequada. Porta-malas oferece bons 315 litros, acima da média dos compactos.
Não dá para considerá-lo um hot hatch, contudo o desempenho mostra-se razoável com aceleração de 0 a 100 km/h em 8,4 s (só consegui 9 s). Motor funciona em boa harmonia com o câmbio automático CVT de sete marchas. É pouco suave, como todos de três cilindros, todavia seleção do modo Sport proporciona um pouco mais de emoção nas respostas ao acelerador.
・ CES não é salão de automóveis, mas estes têm seu espaço
Las Vegas, apelidada nos EUA de “cidade do pecado”, demonstra sua aura além dos cassinos. Alguns fabricantes de automóveis e autopeças aparecem por lá todos os anos (são apenas 10% entre mais de 4.000 expositores). Procuram chamar a atenção em um evento que tem abrangência impressionante. Na CES (Consumer Electronics Show) palestras se sucedem quase sem fim (mais de 300 de 1.200 apresentadores), espremidos entre 170.000 visitantes, de 7 a 10 de janeiro deste ano.
Fabricantes europeus tiveram presença discreta, ao contrário das asiáticas e de empresas de tecnologia americanas focadas em direção autônoma. BMW sempre prestigia e desta vez com iDrive de nova geração que inclui projeção de dado de uma ponta a outra, acima do para-brisa. Será que ninguém vai se distrair com isso? Mercedes-Benz anunciou acordo com a Sony, dona da Columbia Pictures, para suas telas a bordo. Hyundai Mobis partiu para um interessante projetor de dados holográfico.
Toyota avançou no seu ambicioso projeto de cidade-laboratório, no interior do Japão, para várias tecnologias com inauguração este ano, demonstrada mais uma vez pelo presidente do Conselho, Akio Toyoda. Foco na IA (Inteligência Artificial) que está no cerne dos táxis autônomos da Waymo (Google). Estes, aliás, flagrados em um recente vexame: um deles se atrapalhou em uma rotatória da qual não conseguia sair e o passageiro quase perdeu seu voo.
Honda destacou-se na reapresentação evoluída de um SUV e um sedã elétricos, batizados de Série 0 (zero), a serem produzidos nos EUA, além do Afeela 1, em parceria com a Sony, na faixa de US$ 100 mil (R$ 600.000). Suzuki estreou na CES apresentando novo people mover autônomo para transporte de pessoas em espaços controlados e, no futuro, igualmente em cidades.