Dentro de um segmento altamente competitivo que inclui Strada, Saveiro e Montana (Toro à parte por carregar até uma tonelada, na versão de motor Diesel, para enfrentar picapes médias), a Oroch procura sua inserção em dois aspectos principais: dimensões internas e motor potente.
Entre-eixos de 2.829 mm oferece ótimo espaço para três passageiros no banco traseiro, embora o assento curto canse as pernas em viagens longas. As outras dimensões: 4.719 mm de comprimento; 1.634 mm de altura e 1.834 mm de largura. Capacidade da caçamba de 683 litros que pode transportar 650 kg (passageiros e carga).
Posição ao volante é boa, apesar da regulagem apenas de altura. Tela multimídia fica em posição central elevada no painel, mais exposta a reflexos, porém dispõe de conexões Android Auto e Apple CarPlay sem fio. Numa visão geral ficou melhor por conta de quatro câmeras para monitorar o entorno, além de sensores de estacionamento. Externamente faróis de neblina estão bem posicionados e protegidos, apesar de muito salientes.
Ponto de maior destaque da Oroch é o conjunto motor-câmbio. Trata-se de um turbo flex de 1,3 L, 162 (G)/170 cv (E) e 27,5 kgf·m de torque, desenvolvido em parceria com a Mercedes-Benz. Trabalha bem integrado ao câmbio automático CVT de oito marchas reais (nada de “simuladas” como se diz de modo inapropriado). Acelerações muito boas que não se esperam em veículos desse tipo. Isolamento acústico compatível às limitações de uma picape, contudo deixa passar um pouco de ruído pelas colunas em velocidades mais altas de autoestradas.
Suspensões estão bem acertadas, mesmo em pisos irregulares, pelo uso de um conjunto multilink na traseira. Deve manter este comportamento quando com carga total, condição incomum em picapes desse tipo. Senões: caixa de direção eletro-hidráulica, quando já deveria existir uma elétrica, além de apenas dois airbags.
Ford amplia centro de pesquisa e engenharia na Bahia
Mesmo sem produção local, a empresa do oval azul continua a expandir suas atividades em Camaçari (BA) dentro do Senai Cimatec Park, um impressionante complexo de instalações dedicadas à pesquisa e desenvolvimento. Neste campus integrado de tecnologia e manufatura, a Ford vai inaugurar no início de 2026 um novo prédio com capacidade para 1.000 pessoas. Assim poderá se integrar ainda mais dentro do complexo que poucos acreditavam existir na Bahia, até conhecer de perto. E se impressionar.
Trata-se de colaboração estreita entre governo estadual, ensino técnico-profissionalizante do Senai e empresas interessadas em criar um ambiente de estímulo a novas ideias por meio de pesquisas avançadas. No caso da Ford integra-se com a matriz em Dearborn, Michigan e outras oito instalações da companhia ao redor do mundo. A exportação de serviços anualmente gira em torno de US$ 100 milhões (R$ 570 milhões).
Desenvolvem-se partes de plataformas veiculares mundiais com responsabilidade ampliada no SUV Explorer, três das oito famílias de motores da marca, elementos de chassi e conjuntos completos de transmissão para veículos de carga da América do Norte e evolução de estilo dos modelos Escape, F-150, Super Duty, Mustang e Bronco. Tudo em interação com o Campo de Provas de Tatuí (SP) para testes de resistência e durabilidade.
Softwares complexos, conectividade avançada (inclusive módulos over-the-air de atualização automática), além de realidade virtual como suporte indispensável para estilo e ergonomia, estão incluídos nos trabalhos do Cimatec.