A Anfavea divulgou hoje os resultados em vendas de automóveis da MP 1.175/23 e afirma que os reflexos positivos só começaram a ser percebidos na última semana de junho, mas mesmo assim, os números fizeram dele o melhor mês em vendas dos últimos 10 anos.
Na coletiva de hoje, o presidente da associação, Márcio de Lima Leite, apresentou mais detalhes sobre os resultados da medida aplicada pelo governo federal. “Estimamos que dos R$ 800 milhões liberados pelo governo para veículos leves, R$ 710 milhões já haviam sido aplicados até a virada do mês, resultando em descontos para cerca de 150 mil unidades. Porém, só 54 mil deles tiveram emplacamento efetivado em junho”, afirmou ele.
Ainda segundo Leite, julho colherá a maioria dos emplacamentos referentes ao programa. “Foi uma excelente medida de curto prazo para aquecer o mercado, reduzir os estoques e, principalmente, proporcionar que mais consumidores, incluindo pessoas jurídicas na segunda fase, tivessem acesso aos veículos de entrada”, explicou. “Sem dúvida, ficou claro para todos o potencial dessa demanda reprimida por veículos zero quilômetro, algo que, esperamos, proporcione uma contínua elevação das vendas no segundo semestre, à medida em que as condições de financiamento comecem a atrair mais clientes”.
Cerca de 79 mil veículos com desconto foram repassados às concessionárias mas ainda não foram emplacados, jogando para o mês de julho a continuação do bom resultado de junho.
Porém não se observou o mesmo resultado para veículos pesados, pois o uso dos bônus de R$ 700 milhões para caminhões novos, e de R$ 300 milhões para ônibus novos, dependem ainda de algumas regulamentações.
Mas o grande efeito positivo da MP para veículos leves foi o escoamento de parte dos estoques que estavam se acumulando nos pátios das fábricas. Por conta disso se verificou em junho uma queda de 17% na produção, quando algumas fábricas inclusive fizeram um período de paralisação por conta das férias coletivas.
No entanto, as exportações tiveram uma redução de 7,7%, tendo os números reduzidos nos primeiros seis meses de 227,2 mil veículos para 246,3 mil exportados no mesmo período de 2022. A Anfavea atribui essa queda à retração dos mercados da Colômbia, Chile e a crise na Argentina.