Por enquanto, há apenas a intenção de aumentar a adição de etanol anidro (teor de água de apenas 0,4%) de 27% para 30%. Segundo o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, “o aumento do teor de etanol vai contribuir para a segurança energética do nosso país, com a redução das importações de gasolina e para a transição energética, pela redução das emissões de gases do efeito estufa”. Na realidade 3% a mais de etanol não fará quase nenhuma diferença em termos de segurança energética, embora traga pequeno ganho nas emissões de CO2.
Mas o ministro foi prudente ao afirmar que haverá avaliação técnica junto com a indústria automobilística. Na realidade em torno de 85% da frota brasileira rodante já têm motores flex adequados a qualquer percentual de etanol. O restante se divide entre diesel e gasolina, podendo afetar motores mais antigos e de importados que precisam ser considerados. Não há prazo para a mudança.
Pesquisa do combustível E30 (70% de gasolina e 30% de etanol) já existe desde 2021, nos EUA, pela Universidade Nebraska-Lincoln. Relatório final não foi conclusivo porque exigiria testes de maior duração e com uma frota ampliada. Porém, destacou que a implementação de tal estratégia pode atuar como solução-tampão para reduzir a taxa de efeito estufa na atmosfera.
No Brasil, com uma amostragem de oito anos de E27 (obrigatório desde 2015, a partir de E25) a passagem para E30 seria mais interessante se a gasolina aumentasse sua octanagem. Bastaria manter a atual formulação em vez de degradá-la. Além disso, problemas de qualidade e adulteração são muito mais sérios.
Pelo menos as fraudes de volume em bombas nos postos vão diminuir progressivamente. A Dover Fuel Solutions acaba de instalar em um posto de São João de Meriti (RJ) a primeira unidade com assinatura digital obrigatória pelo Inmetro. Evitará a falcatrua chamada “bomba baixa”, quando o volume colocado no tanque do veículo é inferior ao que mostra o visor.