Resgatamos as inovações de uma minivan que fez muito sucesso no Brasil e no mundo e que inspira as tendências na forma de um crossover elétrico, que em breve chega ao nosso mercado
O passado e o futuro em dois modelos separados por 25 anos de inovações. Foi com essa proposta que o Portal Carsughi revisitou a primeira minivan produzida no Brasil e conheceu um novo crossover elétrico, que ganha as ruas do país no segundo semestre.
De um lado, a minivan Megane Scenic, modelo que inaugurou a fábrica da Renault em São José dos Pinhais, no Paraná, no final de 1998, no Complexo Ayrton Senna.
Do outro, o que há de mais moderno na marca francesa em eletrificação e tecnologias de segurança, o crossover Megane E-Tech.
Começando pela Scenic: por que será que essa minivan foi tão inovadora?
Em um momento histórico no Brasil, em que muitas fabricantes europeias e asiáticas decidiam firmar plantas por aqui, a indústria automotiva dava um passo importante. As chamadas newcomers prometiam chacoalhar o mercado antes restrito a quatro marcas.
A Renault decidiu produzir no Paraná um monovolume com uma proposta muito mais moderna do que a Volkswagen Kombi. Naquela época, final dos anos 90, as minivans faziam muito sucesso na Europa.
Pensada pelos designers de dentro para fora, a Megane Scenic cativava famílias pelas suas soluções à época: posição de dirigir elevada, ampla área envidraçada e um interior modular, com bancos traseiros individuais, gavetas e porta-objetos sob os bancos.
Os assentos podiam ser rebatidos, dobrados ou retirados. E o espaço de 410 litros do porta-malas acomodava muita bagagem e até bicicletas montadas.
A Renault guarda em seu acervo no Paraná a primeira unidade da Megane Scenic montada no Brasil, antes mesmo do início da produção. Trata-se de um protótipo, com pouco mais de 2.200 km, que serviu de experimento para os funcionários da fábrica. As peças foram trazidas da França e um grupo de colaboradores montou a minivan que seria produzida aqui.
O sucesso da Megane Scenic foi imediato: em seu primeiro ano de produção, a Renault emplacou 33 mil unidades. Foram três gerações fabricadas localmente durante 12 anos, com mais de 142 mil unidades vendidas.
Em sua primeira geração, de 1999 a 2001, a Megane Scenic foi equipada com o motor 1.6 16V de 110 cv e o 2 litros de 115 cv, ambas com transmissão manual de 5 marchas.
De 2001 a 2004, o design mudou bastante, mantendo o motor 1.6, enquanto o 2.0 agora tinha 16 válvulas e gerava 140 cv e tinha como opção o câmbio automático de 4 marchas.
A terceira geração foi de 2004 a 2010, e teve como destaque a chegada da versão “aventureira” Sportway e o motor 1.6 Hi-Flex, que rendia até 115 cv com etanol.
“A Scenic abriu portas para um segmento inédito no mercado, conciliando amplo espaço para toda a família, uma inédita modularidade do interior, segurança e versatilidade, posicionando a Renault, logo no início de sua produção local, como uma marca inovadora e que trazia soluções pensadas para seus consumidores”, explica Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil.
Megane retorna ao Brasil
Após 25 anos, um modelo Renault com nomenclatura Megane retorna ao Brasil. Neste novo capítulo, a marca aposta no que tem de melhor em eletrificação.
Conhecemos de perto, o Megane E-tech, crossover 100% elétrico, produzido na França, sobre a moderna plataforma CMF-EV.
Seu design instigante certamente vai chamar a atenção dos brasileiros pelas linhas marcantes, dimensões compactas (4,32 m de comprimento) e teto baixo. As rodas do modelo que está em exibição no Brasil são de 18 polegadas.
A Renault divulgou poucos detalhes do elétrico, esperado para chegar às lojas em setembro. Preços e versões serão conhecidos apenas por essa ocasião do lançamento.
Seu motor rende 220 cv de potência e 30,6 kgfm de torque, suficientes para leva-lo a 100 km/h em apenas 7 segundos. Com quatro níveis de frenagem regenerativa, o Megane E-Tech possui autonomia de 450 quilômetros (pelo padrão europeu) e com um carregador DC rápido, em apenas 8 minutos, é possível lhe entregar 100 quilômetros de alcance.
Sua construção é repleta de soluções sustentáveis: os revestimentos têxteis são produzidos a partir de materiais 100% reciclados. Vários componentes, como a parte inferior do cockpit e a estrutura do painel são produzidos com plásticos reciclados. E a Renault garante que no fim do ciclo de vida, 95% do veículo poderá ser reciclado.