Pode até parecer “perfumaria” ou “gourmetização”. Mas uma das formas que as montadoras estão utilizando há tempos para conseguir mais lucratividade é a de criar versões esportivas ou aventureiras para seus carros.
Reestilizam o visual, mexem aqui e ali na parte mecânica e incluem alguns acessórios, cobram um pouco mais e está pronto. Assim nascem os carros de nomes já conhecidos e sobrenomes como RS, Black, Track, Sport, SS, GTS, entre outros, dependendo da nomenclatura das montadoras. Quase o mesmo carro das versões originais, mas tunados de fábrica, com alguma personalização que agrada clientes que querem sair do comum.
E quem quer, por exemplo, um carro já aprovado pela maioria é natural a opção de compra de um Chevrolet Onix, que é o hatch mais vendido da América do Sul, e também o carro mais vendido da Chevrolet no mundo, tudo isso ao mesmo tempo em que completa 10 anos de mercado . Apesar disso, perdeu a liderança no mercado brasileiro para o HB20, algo que os chevroleteiros nem gostam de lembrar.
Impressões
Mas voltemos ao veículo avaliado, um Onix RS (que significa Rally Sport), uma versão mais “quente”, cheia de estilo, mais esportiva, daquelas excelentes para passear no shopping ou ser visto por aí com um carro popular mais lindão do que os da maioria. É assim que testamos a intermediária versão RS do Onix turbo 2023, que custa atualmente R$ 105.250.
É um belo veículo, sem dúvida, com apelo esportivo, com direito a spoiler, teto e aerofólio pretos, mais rodas e grade em padrão colméia, tudo black. Os faróis têm mascaras escuras, bem como a capa dos retrovisores externos e os emblemas, também pintados de preto.
O Onix RS ganhou luzes diurnas de LED e perdeu os faróis de neblina do LTZ. Bom gosto, belo carro. O veículo, porém, agrada mais pelo visual e consumo do que performance esportiva.
Até poderia ser mais esportivo, roncar mais o motor de três cilindros, mas a mecânica é igual a das outras versões 1.0 turbo de 116 cv a 5.500 rpm, e torque de 16,8 kgfm de torque a 2.000 rpm. E o câmbio é automático de 6 marchas.
Sim, não estranhe. É esportivo, mas é automático, porque para a Chevrolet, brasileiro que pode pagar um pouco a mais por uma versão esportivada prefere as transmissões automáticas do que o cada vez mais ultrapassado câmbio manual que você aprendeu a dirigir.
Design
Todas as versões do Onix são muito boas, sem dúvida. Tanto que se transformou em um modelo global, sempre como uma referência em inovação dentro do segmento de compactos em relação a design, eficiência energética e tecnologia.
Não é à toa que sempre foi um carro muito bem vendido e só perdeu a liderança no mercado brasileiro por conta da crise dos semicondutores, nos últimos anos. Mas não espere uma emoção diferente por dirigir esse RS, com uma pegada mais nervosa do motor. É tudo igual aos outros, porém mais bonito, mais estiloso.
Há cerca de três meses, o modelo está celebrando a marca de 500 mil unidades produzidas da nova geração do Onix, assim como Onix Plus na fábrica da GM em Gravataí (RS). Um Onix RS na cor branca, igual ao que testamos, equipado com motor turbo e transmissão automática, foi a unidade que representa o marco produtivo histórico.
O visual é muito bem acertado. E a central multimidia é toda certinha, não falha, não trava e pode ser acionada por bluetooth para todos os recursos do Apple Carplay e Android Auto. Chama bem a atenção entrar no carro e já começar a tocar a sua última música escolhida no Spotify.
A suspensão também não tem mudanças. Assim como as rodas e pneus, tem as mesmas dimensões das versões LTZ e Premier do Onix, com 16 polegadas.
Segurança
A segurança é um ponto muito positivo na versão RS, também equipada com seis airbags, controles de tração e de estabilidade, assistência de frenagem de emergência , auxiliar de partida em rampa, direção elétrica progressiva, ar-condicionado, controle de velocidade, vidros com acionamento elétrico um toque e antiesmagamento nas quatro portas, entre outros.
Ponto negativo não é o que tem, mas o que não tem. Ausentes desta versão a importante câmera de ré, sistema de partida e entrada sem chave e sensor crepuscular, presentes na versão acima, a Premier.
De qualquer forma, espere mais economia do que esportividade.
Consumo
É um carro muito urbano. Sobre consumo, testamos com combustível gasolina e faz na cidade 8,2 km/l com etanol e 11,8 km/l com gasolina. Já na estrada roda 9,8 km/l com etanol e 14 km/l com gasolina para um tanque de 44 litros.