O domingo que não marca meramente o encerramento de mais um dentre os 50 e tantos finais de semana de um ano pode ser, para muita gente, um domingo como qualquer outro. Só que não tem como ser quando é ele quem inicia o mais importante dos últimos 53 meses, ainda que o período de 30 dias comece em um mês e avance para o outro. Mas a Copa que historicamente movimenta paixões parece não ter despertado milhões, salvo nas casas onde as cifras vão decifrando o tamanho da competição.
O Brasil que pintava ruas, vendia adereços e tornava-se monotemático conforme um Mundial se aproximava parece, hoje, dividido entre os ansiosos pelo início da Copa e os que nem sabem que a competição está para começar. E começam a pingar no primeiro grupo prognósticos, números, pesquisas e conjecturas que, de alguma maneira, ajudem a sustentar uma opinião que poderia ser simples e, simplesmente, uma aposta, não necessitasse de um embasamento sólido o suficiente para dar razão plena a quem a emite: determinar quem ergue a taça no dia 18 de dezembro.
Há algum tempo surgiriam facilmente quatro nomes nas rodas de conversa: Brasil, Argentina, Alemanha e França. Seriam levados em consideração conquistas e principais talentos individuais de cada seleção. Mas 2022 está tão fora dos padrões – a começar por uma Copa do Mundo entre novembro e dezembro – que colocar um desses times como favorito está longe de ser um pensamento clichê ou preguiçoso. A julgar por um Brasil líder disparado nas Eliminatórias, mas derrotado pela Argentina na final da Copa América, a Alemanha forte, mesmo sem ser a mesma de 2014 e a França, atual campeã e contando com duas principais peças, é possível colocar uma dessas seleções como candidata, sem deixar de lado times como Inglaterra e Holanda.
Mas toda essa discussão se dá no primeiro grupo. Dentre aqueles que mal sabem ou ignoram o início da Copa do Mundo, são duas as possibilidades – e aqui cabe mais uma aposta -: o tema continuar gelado ou ir esquentando junto com o avanço da competição. Em caso de aquecimento, certamente as rodas de discussões ganharão diâmetros maiores.
De qualquer modo esse fogaréu não será aceso no domingo, mesmo porque o jogo único entre Catar e Equador dificilmente desperta a ansiedade em quem esperou um pouco mais que o normal até o início de uma nova Copa. Servirá, pelo menos, para um parâmetro sobre o time sulamericano, pois os donos da casa devem passar longe de serem também os donos da festa.
Ao menos não constam nas apostas. Nem nas conversas.