A telefonia celular 5G está chegando às capitais brasileiras em um cronograma que começou em Brasília, duas semanas atrás. Essa novidade tem potencial de levar mais motoristas a manusear o aparelho enquanto dirigem e se sujeitarem a receber multas pesadas. Há alguns anos ouvi de um palestrante um comentário bem-humorado. “O corpo humano é formado por 78 órgãos. Agora o celular pode ser considerado o 79º”.
De fato, já se pode considerá-lo uma extensão ligada ao próprio modo de vida. Isso inclui não apenas motoristas. Até pedestres se distraem. A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego divulgou em maio último sua diretriz Celular e Direção Veicular com contribuição de nove especialistas, além de estudos em outros países.
O relatório foi enfático: “Dirigir veículos automotores utilizando telefone celular e seus dispositivos ocasionam reações equivalentes à condução com 1 g/l de alcoolemia. Cerca de 70% dos motoristas acreditam que direção e telefone celular não combinam, mas somente 20% se privam dessa perigosa combinação. Os riscos de se envolver em sinistros de trânsito sobem vertiginosamente para 400% quando se checam mensagens de texto e para 22.000% quando elas são digitadas.”
Mensagens de texto aumentam drasticamente os riscos de uso do celular pelo motorista e foram alvos de várias campanhas específicas nos EUA e Europa. Aqui há duas formas de enquadramento: usar fones de ouvido ligados a um celular (R$ 130,16, infração média, quatro pontos no prontuário) e dirigir digitando ou manuseando o telefone (R$ 293,47, infração gravíssima e sete pontos). Uma só infração gravíssima no ano reduz de 40 para 30 pontos o limite para um processo de suspensão da CNH.
Em março deste ano o Reino Unido estabeleceu multa pesada de 1.000 libras esterlinas (nada menos de R$ 6.500) para quem for flagrado manuseando um aparelho celular. Em caso de reincidências o motorista sofre um processo de cassação definitiva da licença para dirigir. Tanto lá como aqui é autorizado que o celular esteja fixado no para-brisa ou outro local no painel. Comandos por voz ou mesmo atendimento automático de chamadas, embora desaconselhados, não têm como ser fiscalizados.
Muitos modelos hoje permitem espelhar o telefone na tela multimídia com visibilidade ampliada de roteiros e possibilidade de receber ou efetuar chamadas por comando de voz. Ainda assim o bom senso indica que chamadas devem ser ignoradas por motoristas. Se parecer importante, pare o carro e atenda.
Alta roda
∙ Peugeot quer impulsionar o veterano 2008 (lançado em 2015), que recebeu poucas mudanças ao longo de sete anos. Aposta no preço competitivo, inclusive na versão de topo Griffe 2023: R$ 124.990 (versão de entrada R$ 99.990). Motor 1,6 turbo de 173 cv (E)/165 cv (G) proporciona desempenho acima da média entre SUVs compactos, embora o C4 Cactus do mesmo grupo tenha mecânica igual. O 2008 recebeu pequenas modificações externas, melhorou o acabamento interno e a forração dos bancos. Comando do vidro elétrico com um toque é só para o motorista.
∙ Chegada do inverno exige mais atenção com a bateria do veículo. Acendimento automático dos faróis quando se aciona o destravamento das portas é um item de comodidade e até segurança em alguns locais. Mas na hora de dar a primeira partida do dia, numa garagem por exemplo, deve-se evitar manter faróis e lanternas acesos. Melhor desligá-los antes e só depois de alguns segundos voltar a ligá-los. Logo em seguida sair com o veículo. Sem esquecer de que o alternador leva até 20 minutos para repor a carga da bateria. É bom checar a data de fabricação impressa na bateria. Sua durabilidade média é de dois a três anos.