Com 253 cv, Ford Bronco surpreende em desempenho e tem sete modos de condução para enfrentar qualquer tipo de terreno; SUV não sai por menos de R$ 266.090
Há mais de um ano, quando a Ford fechou suas fábricas no Brasil, muita gente achou que o futuro da marca do oval azul estava com os dias contados por aqui. Entretanto, a ideia é justamente o oposto: ficar no País – como importadora – e, de quebra, obter mais lucros. Assim como diversas marcas vêm percebendo, hoje em dia é mais rentável deixar os modelos populares de lado e, assim, investir em carros mais caros. Afinal, com menos custos de produção, o lucro aumenta.
E de carro caro a Ford entende, afinal, o ticket médio da fabricante em relação aos modelos vendidos no País, hoje, gira em torno de R$ 370 mil. Em síntese, seu veículo mais barato, a Ranger, custa R$ 209.800, enquanto o mais caro da lista não sai por menos de R$ 553.180. Trata-se, portanto, do Mustang Mach 1.
Mas no meio desse bolo, a Ford oferece uma excelente opção, o Bronco Sport. O SUV chegou em meados do ano passado para coroar a nova fase da marca. No Brasil, concorre com modelos do naipe de Jeep Compass e até com marcas de luxo, como Audi, BMW e Land Rover com, respectivamente, X1, Q3 e Discovery Sport. Como dá para notar, tais credenciais resultam em preço de modelo premium. Por ele, a Ford pede R$ 266.090.
Com estrutura monobloco (nos Estados Unidos, o Bronco tem outras duas configurações, com carroceria sobre chassi), o modelo aposta forte no visual. Seus traços retilíneos, com linha de cintura baixa, amplo espaço para os vidros e mescla entre o moderno e o retrô chamam atenção em todos os lugares.
Em meio ao trânsito, não é difícil ver o motorista que vem atrás sacar o celular para guardar uma lembrança do Bronco. E é válido, afinal, o Bronco é figura rara nas ruas. Vende pouco. De acordo com números da Fenabrave, não passou dos 125 emplacamentos no fechamento de abril. No acumulado do ano (janeiro até o mês passado) somou apenas 435 unidades. Para comparação, o Compass já emplacou 19 mil unidades no respectivo período.
Medidas e mecânica
O Bronco Sport tem 4,39 metros de comprimento, 2,10 metros de largura e 1,81 m de altura. Para se ter ideia, é 16 centímetros mais alto que o Compass – já contando com o rack de teto. Já o entre-eixos fica em 2,67 metros. Isso, a princípio, rende comodidade para quem vai a bordo. O espaço atrás, por exemplo, é digno de elogios. Nada de raspar a cabeça no teto ou mesmo as pernas no banco da frente – todos, inclusive, são revestidos com couro.
Ponto para a Ford, que caprichou no acabamento e em detalhes como até a funcionalidade do porta-malas – de 580 litros. Tem possibilidade de abertura apenas do vidro, iluminação e até tomadas.
O modelo, que equivale a versão topo de linha no mercado norte-americano, vem equipado com o motor 2.0 EcoBoost a gasolina. Gera 253 cv de potência máxima e 38,7 kgfm a 3.000 rpm. O número explica tamanho vigor durante as arrancadas, mesmo pesando 1.718 kg.
Quem ajuda no trabalho é o câmbio automático de 8 velocidades. Com posições selecionáveis por meio de botão giratório (tem aletas atrás do volante para trocas sequenciais), mostra-se bastante ágil. Não tem trancos.
E também agrada no isolamento acústico. A 120 km/h (limite máximo das estradas brasileiras), o ponteiro do conta-giros belisca os 2.500 rpm. Ou seja, boa dose de conforto mesmo em altas rotações. O motor não grita. As suspensões – McPherson, na dianteira; multibraço, atrás – também sabem enfrentar o (péssimo) asfalto brasileiro sem reclamar. Assim, nada de chacoalhões ou batidas secas.
Assistência
Alerta de colisão, frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres e sensor de pontos cegos estão entre os sistemas de assistência a condução. No mais, há alerta de saída involuntária de faixa (o volante corrige), controle de cruzeiro adaptativo e até leitor de placas de trânsito para facilitar a vida do motorista.
Já em trechos fora-de-estrada, o modelo dá show. Pensado justamente com esse propósito, o jipão da Ford tem tração 4×4 com bloqueio do diferencial traseiro e seletor para sete tipos de terreno. Nesse sentido, dá para dirigir na lama, na areia e até nas pedras sem perder o controle. O carro faz (quase) tudo sozinho.
Por falar em fazer sozinho, o piloto automático off-road (Trail Control) foi desenvolvido para a travessia de terrenos fora-de-estrada em baixa velocidade. Basta acionar um botão no console central e o sistema controla a aceleração e a frenagem do SUV tanto em aclives como em declives. Para informação, o Bronco Sport tem ângulo de entrada de 30 graus e 33 graus de ângulo de saída. Com altura elevada do solo em 22,3 centímetros, é capaz de imergir até 600 milímetros em trechos alagados.
Por fim, em relação a lista de equipamentos, a versão Wildtrack não tem opcionais. De fábrica, vem com 9 air bags, bancos dianteiros com aquecimento, central multimídia com tela de 8″ e Sync 3, espelhamento para Android Auto e Apple CarPlay, faróis com iluminação total por LEDs (e alto automático), entre outros itens.
O FordPass Connect (sistema de conectividade remota) também está presente, assim como o sistema de som Bang & Olufsen. Por fim, carregador de celular por indução, teto solar e partida do motor por botão fecham o pacote de mimos desse SUV que tem parrudez tanto na lista, quanto no preço.
Ficha técnica - Ford Bronco Sport Wildtrack
Preço | R$ 266.090 |
Motor | 2.0 turbo EcoBoost, a gasolina |
Potência | 253 cv a 5.500 rpm |
Torque | 38,7 kgfm a 3000 rpm |
Câmbio | Automático, 8 velocidades |
Comprimento | 4,39 metros |
Largura | 2,10 metros |
Altura | 1,81 metro |
Entre eixos | 2,67 metros |
Peso em ordem de marcha | 1.718 kg |
Porta-malas | 580 litros |
Tanque de combustível | 64 litros |
Altura do solo | 223 milímetros |
Ângulo de ataque | 30 graus |
Ângulo de saída | 33 graus |