Uma final histórica, uma atuação impecável e uma campanha que beirou a perfeição. O Palmeiras virou para cima do São Paulo e conquistou o Campeonato Paulista. É o quinto título de Abel Ferreira no comando do alviverde e a primeira conquista estadual com um técnico diferente de Vanderlei Luxemburgo desde 1976 — Luxa foi campeão em 1993, 1994, 1996, 2008 e 2020.
O Palmeiras da Era Abel vive o seu auge. O que vimos no Allianz Parque, nesta tarde, foi um espetáculo de atuação, que exibe muito bem o poder palestrino. Tudo muito bem orquestrado pelo técnico português e pelo vigor dos jogadores alviverdes.
Ao analisar os gols do Palmeiras, é possível perceber que nada veio do acaso. No primeiro tempo, o alviverde sobe as linhas de marcação e passa a fazer uma blitz no campo de ataque. A prioridade era a retomada rápida da posse de bola, para pegar o adversário desarrumado na defesa. Assim, marcou dois gols e igualou o placar agregado da decisão.
Scarpa fez um primeiro tempo brilhante. Era o jogador mais perigoso do alviverde. Zé Rafael e Danilo davam intensidade na marcação pelo meio, mais à frente. Não à toa que foram os autores dos dois gols da etapa inicial: eficientes na tomada de decisão e, sobretudo, no posicionamento — estavam no lugar certo, na hora certa, em ambos os lances.
Para o segundo tempo, ficou nítido. Abel pede para que a equipe atrasasse um pouco mais as linhas de marcação e explorasse os espaços do São Paulo. O efeito foi rápido, mas porque essa é a maior especialidade da equipe. Dudu foi genial na armação da jogada. Um toque sutil que quebrou a linha tricolor. Ao chegar na linha de fundo, entortou o defensor são-paulino, e Raphael Veiga completou.
Velocidade define esse Palmeiras, que hoje esbanjou intensidade. Além disso, tem o talento, a garra, a vontade e o lema “cabeça fria; coração quente”. Tudo isso foi visto no Allianz Parque hoje. O que não vimos muito bem foi o São Paulo, um time apático, pouco ambicioso, com uma postura totalmente oposta da que vimos na quarta-feira, no Morumbi.
Em 90 minutos, o São Paulo acertou a meta de Weverton apenas duas vezes. É muito pouco para um time que buscava o título. Aliás, foram muitos os erros individuais dos jogadores são-paulinos. Um desses culminou no quarto gol palmeirense, no momento em que o Palmeiras resolveu subir as linhas de marcação e jogar os tricolores nas cordas do ringue. Raphael Veiga pôs o time de Ceni a nocaute.
Palmeiras é campeão paulista com uma campanha quase perfeita — perdeu apenas para o São Paulo, na última quarta-feira —, com aproveitamento de 81.3%. Sofreu apenas sete gols na competição, e é o time que menos oferece grandes oportunidades aos adversários na competição (foram apenas 10).
O título tem um quê de Abel Ferreira, e reforça o status do alviverde no cenário nacional.