Recentemente publiquei aqui na nossa coluna a matéria sobre o Mercedes-Benz 608 D Brucutu, exemplar que foi utilizado pela Polícia Militar de Minas Gerais para o combate de distúrbios civis. Esse segmento de pesados clássicos é realmente fascinante, tanto pela história quanto pela importância na evolução do segmento.
E hoje falaremos de um mito das estradas: o CMA Scania da Viação Cometa. Quem tem mais de 30 anos já viu, ouviu falar ou andou em um deles. Eles eram bonitos, cheios de estilo e extremamente rápidos na rodovia em uma época onde os radares fixos não existiam.
Aliás, vale observar que os Flecha Azul escreveram sua história nesse sentido. Foi um ônibus extremamente seguro e com motoristas bem preparados. Na matéria choveram histórias sobre as velocidades elevadas nas quais eles circulavam pelas estradas, cobrindo longos trechos em um tempo bastante rápido para um veículo rodoviário.
Seu painel de instrumentos merece um paragrafo à parte. Bastante completo traz todas as informações necessárias para o monitoramento do trem de força. Isso permitiria ao motorista saber exatamente como estavam pressão de óleo, dos freios e também o monitoramento geral do sistema.
Um dos segredos da excelente performance está no motor K113 com 11 litros, turbo e 362 cv, além dos 165 kgfm de torque. Nesse sentido ele trabalha com uma transmissão de seis velocidades, o que sempre gera sobra de desempenho na estrada. Vale ressaltar também o ronco castanhado desse propulsor tanto em marcha lenta quanto durante as acelerações, verdadeira sinfonia para os ouvidos.
Tive a grande felicidade de viajar nesses ícones do transporte em algumas ocasiões. Me lembro bem de uma delas onde estava sentado em um dos primeiros lugares, poltronas 3 e 4, e a viagem era de São Paulo até Araraquara. Visão privilegiada da estrada, dos detalhes do ônibus e também dos sinais feitos pelo motorista, os quais explicamos na matéria.
O modelo foi desenvolvido pela própria CMA e recebia atenção especial na Scania. Essa sem dúvida nenhuma é uma de suas características mais interessantes. A exclusividade do estilo, da carroceria de aço escovado e também da pintura fez dele um clássico que permanece eternizado através de apaixonados como o professor Humberto Liber, proprietário do exemplar da matéria e que está restaurando outros exemplares.
Veja também a coluna passada:
https://carsughi.uol.com.br/2021/11/classico-mercedes-608-d-ja-combateu-manifestacoes-em-mg/