Imagine a seguinte situação. Você está no trânsito parado de São Paulo e de repente olha para o lado e vê um carro diferente. Uma perua Dart. Mas tem algo a mais. É uma urna e algumas cortinas que denunciam que aquele é um carro fúnebre. Na matéria de hoje vamos conhecer uma das versões mais interessantes e desconhecidas do modelo no Brasil.
O Dodge Dart chegou mercado em 1969. Ele substituiu o Chrysler Esplanada com bastante sucesso trazendo todo o estilo das ruas dos Estados Unidos para o nosso trânsito. Como qualidades um estilo moderno e alinhado com o que acontecia no mercado de lá. Além disso o motor V8 que o diferenciava de um de seus concorrentes, o Chevrolet Opala.
Pode lembrar que nessa época já tínhamos o recém-lançado Ford Galaxie, que esbanjava todo o seu conforto, elegância e requinte pelas ruas brasileiras com o ronronar macio do propulsor V8 de 272 polegadas cúbicas. Mas o Dodge chegava para ser o rei, com maior motor disponível na época.
No início da década de 70 a Chrysler teve a ideia de inserir no mercado nacional uma perua. Algo que já acontecia no mercado da Austrália, com a Valiant, e poderia também ser bem aceita por aqui. Apenas 8 unidades foram feitas por uma empresa de Caxias do Sul para laboratório e testes com clientes.
Infelizmente o projeto não evoluiu e a maior parte dos exemplares construídos acabou sendo vendido para empresas funerárias. Dentre estas restaram, pelo que me disse o proprietário, apenas duas. Uma delas é esta que estou trazendo para vocês e pertence ao mesmo dono há alguns anos.
O carro passou por um processo de restauração e retomou a tonalidade original da carroceria, o belo verde Córdoba. A combinação com interior marrom ficou excepcionalmente bela. Sei que estamos falando de um carro funerário mas isso não tira o mérito do bom gosto. Além disso ele manteve a caracterização original com as cortinas e a cruz pintada no vidro.
A primeira coisa quando guiamos diz respeito à ergonomia. Ao contrário do Dart convencional nesse caso o espaço do banco dianteiro, inteiriço, é bem restrito, já que é necessário utilizar grande parte do cumprimento do veículo para levar a urna funerária. Aliás, uma delas está no carro, o que causa surpresa aos demais motoristas. O restante vocês conferem no vídeo. Até a próxima semana!
Veja também a coluna passada:
https://carsughi.uol.com.br/2021/11/flecha-azul-o-rei-das-estradas/