Os jogadores da Seleção Brasileira costumam afirmar que, para eles, a disputa das Eliminatórias é Copa do Mundo. Após duas atuações frustrantes frente a Venezuela e Colômbia, o Brasil pôs fim aos questionamentos sobre seu rendimento e fez uma partida impecável contra o Uruguai, vencendo por 4 a 1.
Foi daquelas noites perfeitas — ou quase. Não só pelo gol sofrido de bola parada, mas pelas chances claras perdidas — como a de Gabriel Jesus, no primeiro tempo. No geral, a avaliação individual dos atletas é bastante positiva: Fred fez uma de suas melhores atuações pelo Brasil, bem como Paquetá, e Raphinha voltou a desequilibrar e foi o melhor em campo; Neymar, que esteve muito abaixo contra a Colômbia, voltou a ser destaque.
Tudo bem que o Uruguai não impôs muitas dificuldades ao Brasil. Equipe celeste vem em baixa nesta Data Fifa: empatou sem gols contra a Colômbia e perdeu de 3 a 0 para a Argentina. Em Manaus, ofereceu muitos espaços para a Seleção Brasileira fazer o que bem quisesse no ataque. Óscar Tabárez terá um trabalho e tanto para levar esse time à Copa.
Falava-se bastante sobre que o Brasil precisava melhorar bastante, afinal, o desempenho da Seleção despencou nos últimos jogos. Hoje, em Manaus, o time de Tite enfim voltou a dar boas mostras de seu potencial, e ficou nítido que pode ir além, principalmente contra adversários mais fortes.
‘Jogou muito’
Importante destacar que o fator que deu mais intensidade ao Brasil no ataque, principalmente no primeiro tempo, foi Fred. Jogando mais adiantado, “flutuando” na intermediária — seguindo as boas línguas do futebol moderno —, ele foi mais criativo. O belo gol de Neymar surge de um lançamento precioso do meio-campista do Manchester United.
A convocação de Fred é muito justificada pelo vigor físico do atleta. Alguns números dele pelo Manchester — como de distância percorrida em campo, velocidade e intensidade — brilham os olhos de Fábio Mahseredjian, preparador físico da Seleção. Nesta noite, o que mais chamou atenção não foi só a parte física, mas a criativa.
Fred deixou o campo sob gritos de Tite: “Jogou muito! Jogou muito!”. E é verdade.