Atrair o adversário ao campo de defesa para jogar na base do contragolpe é sempre um risco. O Palmeiras perdeu de virada para o América-MG, que jogou melhor em Belo Horizonte. A postura alviverde gera questionamentos, afinal, trata-se de um briga na parte de cima da tabela.
Por um lado, a proposta faz sentido. O ponto forte do Palmeiras é a transição em velocidade ao ataque. Assim conseguiu abrir o placar da partida, com Rony. Além disso, o time mineiro tem um forte contragolpe. Assim, a equipe de Abel Ferreira reduziu as linhas de marcação e postou o time inteiro no campo de defesa. Permitiu, no entanto, ao América-MG trabalhar jogadas com tranquilidade e pressionar a saída de bola alviverde.
A última linha alviverde era bem sólida, e a melhor chance da equipe mineira no primeiro tempo foi um chute de fora da área, de Ademir, no travessão, quando o jogo ainda estava 0 a 0. Na etapa complementar, outro chute de fora da área — ou cruzamento — resultou no gol de empate. Faz parte do risco.
O América-MG jogou bem melhor. Perdeu um penal e uma outra chance inacreditável com Ribamar, no fim da partida. O Palmeiras também desperdiçou ótima oportunidade com Verón, mas na ponta do lápis o time paulista ficou atrás.
O fato de o Palmeiras esperar uma ação para reagir é problemático, se tratando de uma equipe que briga entre os primeiros colocados e não vence há três jogos na competição. Depois de ficar atrás no placar, se lançou ao ataque, e aí abre um novo debate: se passasse mais tempo atacando, teria vencido? Afinal, o time paulista é melhor que o mineiro.
A lição que fica: jogar sem a posse da bola é uma escolha que pode gerar prejuízos.