Sir Jim Ratcliffe foi considerado o homem mais rico do Reino Unido pela revista Forbes e mesmo com toda essa fortuna, não conseguiu comprar o brinquedo que queria chamar de “seu”: a marca e direitos sobre o modelo Defender da Jaguar Land Rover.
Decidiu construir o seu sonho, já que não conseguiu comprá-lo, mas desta vez com a vantagem de usar sua própria marca para construir seu próprio Defender, ‘ops’ não, seu próprio Ineos Grenadier. Como a semelhança com o antigo Defender é notável, foi processado pela Jaguar Land Rover por plágio, após mais de um ano na justiça, o escritório de propriedade intelectual do Reino Unido recusou a denúncia da JLR e autorizou Sir Jim a continuar na realização de seu sonho.
Como dinheiro não lhe faltava, colocou sua equipe dedicada ao desenvolvimento do Grenadier que ganhou forma e evoluiu, e em julho/21 revelaram todo o seu interior com acabamento interno de primeira.
Na contramão da maioria, não esconde suas direções, tão pouco seu design e ainda diz querer levar as pessoas junto nessa jornada de construção da nova marca de automóveis, Ineos, que promete rodar quase 2 milhões de quilômetros em testes só com o Grenadier.
O maior atrativo do modelo será a facilidade em customizar, já que a marca diz ser possível usar acessórios como no antigo Defender, no sistema “plug and play”, ou seja, desembalar e instalar sem a necessidade de nenhuma adaptação. Como existem muitas modalidades de uso para este tipo de veículo, cada um poderá preparar o seu conforme sua necessidade e inclusive utilizar algo que já tenha do antigo Defender, já que vários acessórios serão compatíveis.
O Grenadier está nascendo para ser um utilitário resistente e capaz de chegar a qualquer lugar, e para isso, vários componentes foram pensados para seu melhor desempenho no off-road, como na suspensão, freios, bloqueios, além de boa altura de solo, aliado a excelentes ângulos de ataque e saída, assim como já encontrados no antigo Defender.
Tudo indica que as primeiras unidades serão equipadas com motores BMW 3.0 6 cilindros com caixa ZF de 8 velocidades, que inclusive usa a mesma manopla de marchas, como é possível ver nas fotos. Versões elétricas e inclusive movidas a hidrogênio estão bem adiantas, projeto em parceria com a Hyundai Motors.
Apesar de o design externo remeter ao modelo da Land Rover, o Grenadier consegue demonstrar sua personalidade em vários detalhes, como por exemplo as barras no teto com alças que dispensam o uso de um bagageiro e pode transportar cargas e fixá-las com segurança. Proteção emborrachada em pontos críticos, como próximo as maçanetas externas e em outros pontos do carro. Várias melhorias que já encontramos no novo Defender, porém aqui há sempre a intenção de simplificar o máximo possível, para caso haja necessidade de um reparo de emergência, seja feito por um profissional mesmo que não tão qualificado.
Pelas imagens internas fica clara essa ideia e ainda mostra que não precisa faltar tecnologia como por exemplo multimídia de qualidade, conectividade e ainda oferece informações que estamos acostumados a ver no cluster, atrás do volante, e lá só tem uma telinha minúscula que não sei o que mostra, mas melhora muito a visão frontal para o motorista e eu gostei.
Outro destaque para a alavanca da caixa de transferência: mecânica e não acionada por um botão, aumentando sua confiabilidade.
Botões são inúmeros, no teto, as duas primeiras linhas acredito que sejam para tomadas externas, guincho e outros acessórios com amperagens diferentes. As outras duas subseqüentes são as que mais gostamos, bloqueio de diferencial dianteiro e traseiro. Modo offroad para montanhas ou alagados. Controle de tração e descida, além de controles das iluminações externas.
Há também botão de chamada de emergência, controle das luzes internas e indicadores dos airbags dianteiros. Quase como um Easter egg, o desenho do Grenadier mostra suas dimensões e medidas. Reparem que esta placa de botões divide o teto solar em duas partes, preservando o console central, esse mesmo que revela o investimento em tecnologia, como o sistema ‘start-stop’ e park assist, mas precisa girar a chave para dar partida no motor, assim como o freio de mão por alavanca, o que me faz pensar que é para evitar mesmo problemas em componentes básicos. Abaixo do multimídia um relógio com bússola.
Em resumo, esse deve ser concorrente em primeiro lugar para o novo Defender, mas também uma excelente opção para os aventureiros mais radicais, que rodam nos desertos, geleiras e nos mais remotos, seja para trabalhar ou para desbravar.
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