Postado originalmente no Instagram @zeca_chaves.
O marido da Rainha Elizabeth II, Philip, Duque de Edimburgo, faleceu aos 99 anos na última sexta-feira (09). Até o fim da vida, foi um apaixonado por velocidade. Pilotou tudo o que podia: moto, ônibus, barco, carruagem, avião, helicóptero e até tanque. Não perdia a chance de assumir o volante, fosse uma van de serviço ou um micro Fiat 500.
O chofer mais poderoso do mundo
Mesmo com vários motoristas à disposição, Philip fazia questão de que ele mesmo dirigisse, inclusive quando recebia famosos ou autoridades. Em 2016, o Duque de Edimburgo bancou o chofer ao buscar Barack e Michelle Obama no aeroporto em um Range Rover Vogue, junto com a rainha. Ou seja, ele guiou para o presidente dos EUA aos 94 anos!
“Nunca fui levado por um duque de Edimburgo antes, mas foi uma carona muito suave”, brincou o ex-presidente dos Estados Unidos na época.
O primeiro amor a gente não esquece
Antes de se apaixonar por Elizabeth, foi gamado em um MG comprado em 1938. A futura rainha contou, na época, que ele dirigia rápido demais e tinha grande orgulho pelo carro: “Ele me levou com o MG uma vez por Londres e foi muito divertido. Só que era como sentar na estrada, já que as rodas são quase tão altas quanto a cabeça”, disse. Um MG até apareceu na série The Crown, da Netflix.
Olha a pegadinha do Príncipe!
Em 1954, a Aston Martin fez um Lagonda 3-Litre Drophead Coupé personalizado para Philip. Tinha um espelho extra só para a rainha e um telefone, raríssimo nos automóveis da época. Um dos seus prazeres era usá-lo para passar trotes para os filhos, príncipe Charles e princesa Anne.
O taxista aristocrático
Entre as dezenas de automóveis que Príncipe Philip já teve, havia um táxi Metrocab 1999, ideal para escapar do palácio de Buckingham sem ser notado. A cor verde da pintura era a tradicionalíssima british racing green. Mas exigiu que o motor Ford 2.5 a diesel (de um van Transit) fosse trocado por um Toyota 2.4 a gasolina, mais rápido e silencioso. Depois teve de aderir à causa ambiental: o táxi foi convertido para usar GLP (gás de cozinha) e ficou na ativa até 2006.
“Nóis capota mas num breca”
Nem mesmo a idade avançada impediu Philip de continuar dirigindo: aos 97 anos, ele chegou a capotar um Land Rover Freelander ao bater em um Kia, em 2019. Dois dias depois, já estava dirigindo outro Freelander. Após ser convencido a aposentar a habilitação, só de birra, ele gostava de conduzir carruagens e carrinhos de golfe nas propriedades reais.
Herói de guerra
Amante dos oceanos, o príncipe fez carreira na Marinha. Lutou na 2ª Guerra contra sua família, que era alemã, e chegou a salvar um navio inteiro ao jogar uma jangada fumegante ao mar. Ela foi atacada pelos bombardeios e acabou poupando o destroyer HMS Wallace. Já na vida civil, ele pilotava iates, lanchas e veleiros, chegando a competir, como na regata Queen’s Cup, em 1982.
Pilotando sem querer
Philip adorava voar, o que fazia desde 1952. Em 45 anos no ar, pilotou 59 tipos diferentes de aeronaves, somando quase 6.000 horas até 1997. Certa vez, ele comandou um avião “sem querer”, um Boeing 757 em 1982, em uma apresentação na fábrica de Seattle (EUA). “Para minha surpresa, fui convidado a ocupar o lugar do piloto esquerdo e disse que iria pilotar a aeronave”, contou ele.
Perrengue no Brasil
Em 1962, ele voou com um bimotor Dart Herald por 32.000 km de rotas perigosas na América do Sul, juntamente com Peter Middleton (avô de Kate Middleton, duquesa de Cambridge) como copiloto. Após uma pane na decolagem à caminho de São Paulo, teve de fazer um pouso de emergência em Brasília com o motor apagado. Depois, seguiu para São Paulo, onde ficou 7 dias e viu até Pelé jogar em uma partida Palmeiras x Santos no Pacaembu.