Ford EcoSport seminovo desvaloriza mais que seus concorrentes

Foto: Divulgação/Ford

Assim que a Ford anunciou que estava encerrando sua produção no Brasil, a primeira grande dúvida que surgiu foi dos proprietários de veículos da marca. A grande indagação foi sobre o valor de revenda de seu carro e a Mobiauto, um Start-up especializada em tecnologia, anunciou, com base em seu banco de dados, que o EcoSport já tem uma acentuada depreciação em relação aos concorrentes, no mercado de seminovos.

Lembrando que o EcoSport foi lançado em 2003, foi o primeiro e mais tradicional SUV do mercado, estando por anos na liderança. Passou por algumas reformulações, o que lhe garantiu sucesso por muitos anos, mas a saída da fábrica foi o golpe mais forte que ele sofreu.

Enquanto os principais rivais caíram, na média, somente 3,04%, o EcoSport já oferece uma perda de 8,94% em apenas um ano de uso.

De acordo com o CEO da Mobiauto, especialista automotivo Sant Clair Castro Jr., a queda das vendas é reflexo imediato do excesso de ofertas logo após o anúncio do encerramento da produção do EcoSport. “Na pressa de vender o carro, o consumidor reduz o preço e isso aparece nos cálculos de depreciação. Como parte dos compradores se desinteressou pelo carro, as cotações caem ainda mais”, explica.

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Essa falta de interesse do consumidor pelo EcoSport teve reflexos também na venda dos modelos zero km. Entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, praticamente todas as montadoras nacionais reajustaram os preços de lista. Ao apurar as cotações “reais” de vendas dessas unidades novas, que contêm os índices de reajustes e levam em conta os descontos concedidos no varejo (preços reais de venda), o EcoSport foi o SUV de pequeno porte zero km que conseguiu o menor índice de aumento. “O consumidor não aceita pagar mais caro por um carro prestes a sair de linha”, lembra Castro Jr. O especialista reitera: “Ainda que as diferenças percentuais sejam mínimas, o importante é verificar o viés de cada modelo para determinar a tendência futura de aceitação no mercado”.