O Palmeiras queria um treinador estrangeiro, e não podia ser qualquer um: tinha que ser alguém que fosse conhecido pelo trabalho com categorias de base. Tentou Miguel Ángel Ramirez, mas ouviu “não” como resposta. Conseguiu um “sim” de Abel Ferreira, um português pouco conhecido no Brasil.
Ferreira só foi comentado por aqui quando o PAOK, agora seu ex-time, eliminou o Benfica, de Jorge Jesus, da fase prévia da Champions League. Depois, seria eliminado do torneio pelo Krasnodar, na fase seguinte.
Antes disso, mal sabíamos quem era Abel Ferreira. Hoje, ainda o conhecemos pouco.
O desejo de Maurício Galiotte é de resgatar o espírito do histórico time da Academia. Pelo pouco que sei de Abel Ferreira, o estilo dele preza bastante pela marcação, mas não considero tão ofensivo como é o do compatriota Jorge Jesus.
Contra o Benfica, Ferreira esquematizava o PAOK de modo que tivesse superioridade numérica nos setores em que estava a bola. Para defender, montava uma linha de cinco. No ataque, se um meia chegasse com a bola à frente da área, ele teria mais quatro opções de passes.
E isso é tudo o que eu conheço de seu trabalho. Sei também que antes do PAOK havia treinado o Sporting e o Braga — mas porque pesquisei —, mas como não conquistou títulos, não chamou tanta atenção no cenário mundial.
Meu receio é o Palmeiras ter contratado um desconhecido treinador estrangeiro somente pelo fato dele não ser brasileiro. Trazer alguém de fora tem seus benefício, como novas ideias ao nosso futebol; mas também há pontos de preocupação, como o tempo de adaptação.
Haverá muita cobrança em seu trabalho, e pouco tempo de conhecimento do futebol brasileiro. A Abel Ferreira, desejamos sorte.