Hoje começam as finais da NBA. Uma edição histórica, mas que também não devemos romantizá-la. Los Angeles Lakers e Miami Heat decidem o título de um torneio marcado por adaptações provocadas por uma pandemia e por uma série de manifestações antirracistas.
A maior liga de basquete do mundo foi exemplar. Com a bolha da Disney, nenhum atleta foi contaminado pelo coronavírus, muito diferente de qualquer outro esporte — especialmente o futebol, que diariamente tem casos confirmados por todo o mundo.
Além disso, a bolha também ficou marcada pelas várias manifestações antirracistas como a frase “Black Lives Matter” (“Vidas Negras Importam”) que aparece estampada nas quadras, bem como palavras de justiça social nas camisas dos atletas e, claro, o gesto de se ajoelhar durante a execução do Hino Nacional dos Estados Unidos. Os atos acontecem após o assassinato de George Floyd, ex-segurança negro de 46 anos que estava desarmado, por um policial branco em Minneapolis.
Mas o ponto máximo foi o boicote provocado por parte dos jogadores do Milwaukee Bucks antes do jogo 5 dos playoffs contra o Orlando Magic, que gerou a suspensão dessa e de outras partidas da NBA. Além disso, também motivou protestos em outros esportes: na liga feminina de basquete, na Major League Baseball, na Major League Soccer, no torneio de tênis de Cincinnati e na NFL.
E nesse mesmo dia, a repórter Zora Stephenson deu um discurso primordial. “Quando você fala em querer mudança, todos nós temos que nos perguntar: do que estamos dispostos a abrir mão? Você pode falar, tweetar, protestar, doar, mas o que você está disposto a perder até ver aquela mudança realmente acontecendo? Se os Bucks decidiram não jogar esta partida, eles deram uma declaração de que estão dispostos a perder um jogo de playoff durante a busca por algo que eles trabalharam o ano inteiro para ter e disseram: ‘Isso vale a pena. Nós estamos dispostos a fazer esse sacrifício'”, disse.
O jogo
Podemos esperar um grande espetáculo nesta noite. De um lado, LeBron James e Anthony Davis atraem holofotes. Do outro, o protagonismo é dividido entre Goran Dragic, Jimmy Butler, Bam Adebayo, Tyler Herro, Jae Crowder e Duncan Robinson, ou seja, prevalece o coletivismo no time de Miami.
Mesmo que as atenções do Lakers estejam voltadas às duas estrelas, não podemos ignorar que a rotação da equipe de Los Angeles respondeu quando foi chamada nas séries contra Portland, Houston e Denver: Rondo, embora tenha caído de produção, ainda é importante peça do elenco; Dwight Howard, nos confrontos frente ao Nuggets, foi fundamental na proteção do garrafão, e Alex Caruso tem evoluído e surpreendido nesses Playoffs.
Quanto ao Miami, promete ser o adversário mais duro do Lakers nessa temporada e vice-versa. A defesa de Los Angeles é uma das melhores da competição. Por isso, ter consistência no ataque, como teve diante do Milwaukee Bucks, será fundamental para largar na frente.
O Lakers volta, depois de 10 anos, a uma final de NBA e buscará o título em memória de Kobe Bryant. O Miami, no reencontro com LeBron James, tentará o primeiro e único título da bolha da Disney.