Uma final que teve muito mais emoções do que, simplesmente, bom futebol. Aliás, emoções afloradas nos minutos finais, especialmente nos últimos 10 segundos de jogo, momento do pênalti de Gustavo Gómez em Jô.
Após 12 anos, o Palmeiras volta a erguer a taça do Campeonato Paulista, novamente com Luxemburgo. O treinador conquista o seu quinto estadual com o alviverde – seu nono em São Paulo.
O Palmeiras fez valer o investimento feito no elenco. Quanto ao Corinthians, após a distante ameaça de rebaixamento e boas chances de ser eliminado precocemente, chegou à final com um time limitado, porém readaptado.
Entre os destaques da final, estão Luxemburgo, Weverton, Felipe Melo, Gustavo Gómez (por toda a partida, desconsiderando o pênalti) Patrick de Paula e Luiz Adriano.
Pouco futebol, muitas emoções
No que diz respeito a futebol, foi pouco. Em 180 minutos de final, os melhores momentos dos dois jogos não somam cinco minutos de vídeo (mesmo com várias repetições de lance). No Allianz Parque, a melhor chance surgiu no primeiro tempo, em jogada de Zé Rafael, que cruzou, caído, para Willian. Cássio fez grande defesa.
O Corinthians só veio assustar quando Jô marcou, impedido. E no final, em uma das raras jogadas pela ponta direita –que era a principal estratégia ofensiva do Corinthians no campeonato – com Ramiro cruzando para Vital isolar.
O primeiro jogo foi de muita marcação. O segundo também, inclusive, com o Palmeiras melhor dessa vez. O Corinthians cometeu pelo menos três erros de saída de bola com Danilo Avelar no jogo, porque o alviverde adiantou a primeira de marcação. E no fim deu certo: o gol de Luiz Adriano foi originado, justamente, de uma má saída de bola de Ederson.
Quando o Corinthians conseguia trocar passes nas costas dos volantes adversários, conseguia chegar ao fundo para cruzar; mas Felipe Melo e Gustavo Gómez estavam bem nas jogadas aéreas.
No fim, quando tudo parecia perdido e o desespero alvinegro tomando conta do time, veio o pênalti e onde havia pouco futebol transbordou emoções.
Weverton e Cássio foram os maiores personagens, não só dos pênaltis, mas das finais. O goleiro do Palmeiras foi decisivo para que o placar se mantivesse zerado em Itaquera. O arqueiro do Corinthians, garantiu que o primeiro gol não saísse mais cedo no Allianz.
No final, deu o time que melhor jogou em 180 minutos e, evidentemente, o melhor elenco. Como reforço de argumento, é só analisar as substituições de cada equipe: no Palmeiras, entraram Rony, Bruno Henrique, Raphael Veiga, Gustavo Scarpa e Lucas Lima; já no Corinthians, Everaldo, Araos, Cantillo, Michel Macedo e Sidcley.
100 mil mortos
Não seria humanista da minha parte ignorar esse fato. Por mais que de um lado há comemorações de título, por outro há uma marca a se lamentar profundamente. O Brasil alcançou a marca dos 100 mil mortos por Covid-19 e mais de 3 milhões já foram infectados pelo vírus.
É triste realmente ver que no epicentro da pandemia, o futebol se sobressai à saúde. Desde março reforçamos, aqui neste portal, que ainda não é o momento para o esporte prosseguir.
É o momento de ser solidário, respeitoso e de ter responsabilidade social. O futebol sempre foi um instrumento de influência na sociedade e agora não explora isso por ideais políticos e individualistas daqueles que o regem.
Lamentamos profundamente que mais de 100 mil pessoas não poderão tocar suas vidas em frente.