Recentemente, desmistificamos a Seleção de 2006 e apontamos o que levou o fabuloso Brasil de 1982 ao insucesso. Embora essas seleções fossem recheadas de jogadores habilidosos, quadrados mágicos (Kaká-Ronaldo-Adriano-Ronaldinho e Falcão-Toninho Cerezo-Sócrates-Zico) e de um carisma ilimitado, caíram por conta dos descuidos das defesas. Essas, no entanto, não foram as únicas seleções formadas por jogadores espetaculares que não alcançaram a glória em uma Copa do Mundo. Listamos algumas equipes consideradas favoritas ao título mundial, mas que não foram campeãs.
Hungria (1954)
A começar por uma das maiores indignações (talvez a maior) da história do futebol sobre uma seleção que não faturou o título mundial. A Hungria, em 1954, contava com um time de estrelas. Entre elas, Ferenc Puskás. Na época, o técnico Gusztáv Sabes e seu time revolucionaram o futebol, com o esquema 2-3-3-2.
A Hungria enfrentou a Alemanha Ocidental duas vezes naquela Copa. Na fase de grupos, os húngaros venceram por 8 a 3; mas Puskás torceu seu tornozelo. Ele não chegou totalmente recuperado à final, frente ao mesmo adversário, mas ainda marcou para que seu país abrisse 2 a 0 na decisão. Surpreendentemente, os germânicos viraram o jogo e a Hungria perdeu pela primeira vez em quase seis anos.
Aquele jogo ficou conhecido como o “Milagre de Berna”.
Portugal (1966)
Liderada por Eusébio, a seleção portuguesa chegava à semifinal da Copa do Mundo, na Inglaterra. Perdeu para o país anfitrião do torneio, que mais tarde seria campeão. Aquele foi o único Mundial disputado pelo lendário jogador português, e justamente ele, o “Pantera Negra”, foi o artilheiro da competição, com nove gols.
Inglaterra (1970)
Teve gente que considerava a Inglaterra, que disputou a Copa no México, melhor do que a seleção campeã em 1966. Pois bem, a Inglaterra de 1970 sofreu uma dolorosa derrota para a Alemanha Ocidental por 3 a 2, nas quartas de final do Mundial. Ali, acontecia a maior decepção inglesa, pois havia muita expectativa depositada na conquista do bicampeonato mundial.
França (1982 e 1986)
No Mundial da Espanha, um talentoso jogador francês despontava no meio-de-campo. Michel Platini inspirava uma geração de atletas, com uma visão extraordinária e com excelente qualidade técnica para finalizar ao gol. Naquele time, ainda havia outros prodígios como Alain Giresse e Jean Tigana. Na semifinal, os franceses chegaram a construir uma vantagem de 3 a 1 na prorrogação contra a Alemanha Ocidental; mas sofreram o empate e perderam nos pênaltis.
Quatro anos depois, um estiloso volante se juntava ao esquadrão no meio-de-campo francês: Luis Fernandez completava o ‘quadrado mágico’ com Tigana, Giresse e Platini. Só que, novamente, a França voltava a ser derrotada pela Alemanha Ocidental. Dessa vez, por 2 a 0.
Itália (1990)
Jogando em casa, a Azzurra contava com um grande artilheiro: Salvatore “Totó” Schillaci. E não só isso! A defesa daquele time foi uma das melhores da história do futebol italiano. Fazer gols naquela zaga era uma missão árdua, até porque Estados Unidos, Áustria e Tchecoslováquia, na primeira fase, não conseguiram – o que contribuiu bastante para que aquela Copa tivesse a pior média de gols da história, visto que a Itália também não marcava muitos. No mata-mata, nem Uruguai (nas oitavas) nem Irlanda (nas quartas) vazaram a defesa italiana.
Veio a semifinal, e a Itália perdeu nos pênaltis para a Argentina de Maradona, Caniggia e cia; mas ainda ficaram com a medalha de prata do torneio.
Holanda (1974, 1978, 1990, 1998 e 2010)
A Holanda não tem nenhum título mundial, mas ficou no quase em, pelo menos, cinco oportunidades. Em 1974, marcada na história como uma das maiores equipes de todos os tempos, a temida Laranja Mecânica revolucionou o futebol com o “Carrossel Holandês”, estilo que ficou mundialmente conhecido pelo esquema tático em que os jogadores não tinham posições fixas e se movimentavam com inteligência. Liderados por Cruyff, o holandeses, que ainda contavam com Neeskens, Resenbrink, Krol e Rep, bateram o Brasil e a Argentina naquele Mundial, mas perderam para a Alemanha Ocidental na final.
Quatro anos depois, sem Cruyff, a Holanda mais uma vez ficou perto da final. No entanto, se deparou com uma forte Argentina, que conquistou a sua primeira Copa do Mundo.
Em 1990, a Holanda tinha Gullit e Van Basten, mas caiu para a Alemanha nas oitavas de final. Em 1998, contando com Ronald De Boer, Patrick Kluivert e Dennis Bergkamp, perdeu para o Brasil, na semifinal, nos pênaltis. Em 2010, o time tinha Robben, Sneijder e Van Persie, derrotados pela Espanha na final.