SUV da Lexus tem docilidade de condução digna de sedã de luxo; motorização híbrida gera até 194 cv de potência máxima
Por: Vagner Aquino (texto e imagens)
“Como eu faço para ligar o carro?”, pergunta o manobrista ao se deparar com o Lexus NX 300h no estacionamento. O fato é que o motor já estava ligado! Porém a dúvida surgiu porque, no momento em questão, o carro funcionava apenas com o motor elétrico. Silêncio total! Aliás, este é dotado de 143 cv, atrelado ao propulsor a combustão, de 2,5 litros, movido a gasolina e com potência de 155 cv. A potência combinada chega a 194 cv.
O propulsor movido com o derivado do petróleo, de quatro cilindros, tem torque de 21,4 mkgf, já no propulsor de energia limpa são 27,5 mkgf. O sistema varia a potência entre ambos, alternando ou combinando-os, de acordo com a necessidade. O câmbio é do tipo Hybrid Transaxle, em outras palavras, um CVT (continuamente variável), com opção de trocas sequenciais por aletas atrás do volante – que tem regulagem de altura e profundidade.
Mas antes de detalhar o veículo, cabe explicar como funciona um veículo híbrido, pois durante nosso teste, foi possível notar que muita gente ainda não sabe do que se trata esse tipo de tecnologia. Basicamente, o funcionamento de um veículo híbrido consiste na junção de um motor de combustão interna e um bloco elétrico e, durante o trabalho, a queima do combustível acaba por alimentar as baterias do propulsor movido a energia limpa. Isso reduz o esforço do bloco a gasolina e, em consequência, baixa o consumo e as emissões de poluentes do veículo.
Carros híbridos possuem forte apelo sustentável, mas a tecnologia híbrida ainda é extremamente cara, por isso os valores são tão elevados. Com o Lexus NX 300h não é diferente. Os R$ 240.110 mil pedidos pela marca (versão Luxury, avaliada) assusta um pouco. As configurações de entrada (Dynamic) e topo de linha (F Sport) custam, respectivamente, R$ 229.670 e R$ 260.990.
Mesmo sem qualquer tradição no Brasil, onde já está há décadas, a Lexus quer recuperar o tempo perdido oferecendo veículos com forte apelo em design, potência e, claro, baixo consumo. Aliás, este último quesito surpreendeu positivamente ao registrar quase 15 km/l de média em trajetos rodoviários. O modelo em questão é cerca de 52% mais eficiente que o equipado apenas com bloco a gasolina, este já descontinuado no Brasil.
Na prática
Para conferir como anda o Lexus NX 300h, avaliamos o modelo por uma semana, tempo suficiente para descobrir que, de malvado, só a cara.
Se por fora, o ‘jipão’ da Lexus tem ar imponente, assinado por linhas marcantes, vincos fortes e (belas) rodas de 21 polegadas, do lado de dentro, suavidade é a palavra de ordem. Sem contar que o refinamento é total, com detalhes espalhados pela cabine em padrão madeira, e couro costurado à mão para revestir bancos, volante, manopla do câmbio e painel. Puro luxo!
Sem contar a lista de mimos. Um dos exemplos é evidenciado assim que dá-se a partida no motor (por meio de tecla ao lado direito do painel). Neste momento, banco e volante se reposicionam a fim de acomodar o motorista da melhor forma possível. Aliás, há ajustes de memória dos assentos dianteiros em três diferentes posições. O aquecimento é disponível para os cinco ocupantes.
A bordo, nada de sofrer com solavancos ou sequer chacoalhões quando se passa em valetas ou nos (inúmeros) buracos do péssimo asfalto brasileiro. O trabalho das suspensões merece aplausos. A sensação de conforto é digna de sedã de luxo, e até dá para esquecer que se está num SUV, de comprimento superior a 4,60 metros e 1,85 m de largura, 1,65 m de altura e 2,66 m de espaço entre-eixos.
Um dos poucos detalhes que podem render ponto negativo é o freio, um pouco duro, devido ao sistema de regeneração. Cabe salientar que essa tecnologia ficou famosa na temporada 2009 de Fórmula 1, quando os bólidos passaram a aproveitar a energia desperdiçada durante as frenagens para carregar as baterias – aqui, híbrida de níquel, informa a montadora.
Lista de série
A sopa de letrinhas na lista de equipamentos do NX 300h é bem extensa e traz, por exemplo, Full-LED (inclusive, setas sequenciais na dianteira e na traseira) e AWD (tração integral automática e sob demanda). A sigla EV também está na lista, e consiste no modo de condução que prioriza a eletricidade em trajetos curtos e de baixa velocidade.
Além disso, há tecnologias como abertura do porta-malas do tipo hands free (sem o uso das mãos), computador de bordo, tela central de 10,3 polegadas – que, aliás, poderia ser touch screen – e sistema multimídia com entradas USB, bluetooth, TV digital e DVD Player. Teto solar elétrico (com sistema antiesmagamento), tela de TFT no centro do painel (onde são exibidos infográficos sobre o modo de condução utilizado, em tempo real) e câmera de estacionamento traseiro também estão no pacote, assim como os controles tração e de estabilidade, o piloto automático e o ar-condicionado digital de duas zonas.
No mais, o Lexus NX 300h, que tem quatro anos de garantia e conta com quatro modos de condução, são eles: Normal, Eco, Sport e EV. É importante frisar que o grandalhão levou nota A no Programa Brasileiro de Etiquetagem do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).