O que faz um carro, lançado no longínquo ano de 1980, ser ainda hoje, década após década, o mais vendido na Itália e um dos mais vendidos na Europa ?
Foi com essa pergunta na cabeça, que andamos durante 10 dias na Itália com uma Panda, a mais barata da gama, e entendemos a razão do sucesso.
Quando foi apresentada, em sua primeira série, em 1980, a Panda trazia um projeto extremamente funcional, com soluções inovativas e inesperadas. Como o estofamento em tela, com um ziper que permitia retirá-lo facilmente dos assentos e lavá-lo em casa, em qualquer lava-roupa ou até mesmo na mão. E outras tantas soluções que tornavam bem barata sua manutenção.
Com o passar dos anos, essa Panda foi ganhando acabamento menos espartano e motorizações mais potentes. Assim o motor original, um bicilíndrico de 652 cm³ refrigerado a ar, com 30 cv, foi logo acompanhado por um 4 cilindros de 903 cm³ e 45 cv. E o acabamento, por exemplo, perdeu a prateleira que funcionava como porta-luvas aberto e o cinzeiro que se movimentava junto à sua borda, de forma a servir ao motorista e ao passageiro da frente.
Sucessivamente outras simplificações ficaram pelo caminho e já por volta do ano 2000 a Panda era um carro por assim dizer “normal” mas conservando um preço altamente competitivo. Que a tornou, entre outras razões, como sua robustez, uma das preferidas pelas firmas de locação de automóveis.
Para nossa experiência, escolhemos a versão de entrada, com motor 1.242 cm³ de 69 cv e câmbio manual de 5 marchas, que se revelou logo bem econômica. Em trânsito urbano fizemos 14,5 km/l e em estradas regionais alcançamos, sem problemas, a excelente marca de 20 km/l. Naturalmente, rodando em auto-estrada no limite de velocidade permitida, isto é 130 km/h, o consumo cresce e ficamos em 14 km/litro. Mas é suficiente diminuir um pouco a velocidade e logo o consumo cai sensivelmente, com marcas de 17 a 18 km/l.
Isso já explica o sucesso que a Panda continua tendo no mercado e se soma ao acabamento bom para a categoria, à estabilidade superior às necessidades, à frenagem correta, sem desvios de trajetória, e à sua robustez geral.
Em suma, a Panda é um carro barato, que não reserva qualquer surpresa desagradável ao longo de anos e anos de uso. E é por isso que continua sendo um estrondoso sucesso de vendas, mantendo um bom valor de mercado quando de sua revenda como usado.