Um lance, no último minuto do jogo entre Palmeiras e Cruzeiro, pela semifinal da Copa do Brasil, fez o torcedor alviverde esquecer tudo o que aconteceu nos outros 89 minutos de partida, sem contar que rendeu infinitas discussões nesta quinta-feira.
Sobre o lance
A bola é alçada à área. Fábio sai do gol e se choca com Edu Dracena. A bola escapa do goleiro e imediatamente o árbitro apita a falta. Logo na sequência, Antônio Carlos pega a sobra e chuta a bola ao gol; mas já não valia nada, afinal, a infração já havia sido marcada.
E o estopim de toda a discussão foi o fato de Wagner Reway, o árbitro principal da partida, não ter recorrido ao assistente de vídeo. Diante disso, seguem algumas considerações:
1- Não houve falta de Edu Dracena em cima de Fábio. Os deslocamentos dos dois atletas são em direção à bola. Ou seja, o choque ocorrido, para mim, foi perfeitamente natural. A meu ver, o goleiro é mais atrapalhado por Léo, defensor cruzeirense, do que pelo zagueiro da equipe alviverde.
2- Como foi marcada a falta, não há como recorrer ao VAR. O recurso somente pode ser usado nas seguintes situações:
verificação de irregularidades em lances de gol (não houve gol, afinal, o jogo já estava parado); identidade errada de jogador punido; erro claro na expulsão ou não expulsão direta de um atleta (não inclui o segundo cartão amarelo); erro claro na marcação ou não de um pênalti.
3- A recomendação dada aos árbitros é de que, antes de marcar qualquer infração, deve-se esperar a conclusão do lance. Não aconteceu. Se o árbitro esperasse a bola entrar no gol para, então, apitar a falta, caberia a revisão do lance pelo vídeo.
O que eu quero dizer é: o árbitro cometeu erros, mas a situação ganhou proporção em razão de argumentos mal construídos, propagados com discursos que feitos sem o conhecimento necessário da situação. Em suma, antes de reclamar do VAR, é necessário ter total ciência sobre o seu uso.