Tite, finalmente, divulgou a lista dos 23 convocados a disputarem o Mundial, na Rússia. Sem novidades, foram apresentados apenas jogadores que já haviam sido testados pelo treinador. Ou seja, nomes como o de Grohe e Vanderlei, para uma das vagas mais disputadas na relação, jamais seriam citados, independente da fase de cada um.
A lista de Tite tem coerência. Não tem meus nomes favoritos, mas tem o que o treinador sempre buscou durante os amistosos e jogos das Eliminatórias.
Para a vaga de terceiro goleiro, Cássio foi escolhido. Resultado de uma análise da qual o parecer de Taffarel tem maior peso. Neto, que vive excelente fase pelo Valencia e foi testado nos últimos amistosos, ficou de fora. Há boas razões que vão além de técnicas.
Para a lateral-direita, Danilo era o mais cotado para ser o reserva de Daniel Alves. Com a contusão do lateral do PSG, a dúvida ficou entre Rafinha e Fagner. Deu o corintiano.
Para a outra lateral, a disputa estava entre Alex Sandro e Filipe Luis para o suplente de Marcelo. Deu o atleta do Atlético de Madri.
Para as duas laterais, Tite justificou que prioriza a saída de bola da Seleção por meio de triangulações. Ou seja, não foram convocados apenas por estarem melhores, mas por atenderem às exigências técnicas da comissão.
Geromel para a zaga. Não tinha como chamar outro. Seria um erro — gravíssimo — convocar Rodrigo Caio.
Para o meio, Fred era um nome praticamente certo, apesar de ter sido testado apenas três vezes. Eu gosto dele, é um bom nome; mas lamento o fato de Arthur não ser convocado.
Por fim, Taison. Na entrevista coletiva, Tite justificou a convocação do avante com uma palavra: consistência. “Ouvi uma entrevista muito interessante do Nenê, que joga no Houston Rockets, da NBA. Ele falou em consistência de momento, de trabalho. Talvez esse fator de sequência de carreira credencie ao momento máximo que é a Seleção Brasileira, principalmente em Copa do Mundo. Pressão psicológica, aspectos táticos, físicos, técnicos, emocionais são fundamentais para essa avaliação”, disse o treinador.
O que acontece: foi com Tite que Taison viveu grandes fases na carreira. Pelo Internacional, Taison faturou a Copa Sul-Americana de 2008, o Gaúcho de 2009 e a Copa Suruga no mesmo ano. Tudo sob o comando de Tite — e sendo decisivo.
Desde que Tite assumiu o comando da Seleção, e passou a convocá-lo para amistosos e confrontos das Eliminatórias, Taison despontou no futebol ucraniano. Diante disso tudo, para mim — vendo por um aspecto absolutamente particular —, quando Tite fala de consistência é, justamente, em razão de todo o trabalho realizado com Taison, tanto pelo Internacional quanto pela Seleção.
Até por isso justifica-se que, para Tite, ele seja mais versátil que Luan. Para nós, isso pode não fazer sentido; mas é importante salientar que o treinador teve tempo para realizar todos os testes que precisava para não restarem dúvidas.
Acredito, também, que essa seja a mesma razão por ter optado por Cássio.
A lista de Tite tem coerência pelo trabalho exercido até aqui. De fato, não seria a minha lista; mas é preciso respeitá-la, justamente porque ela não foi construída apenas com base nos gostos pessoais do treinador, mas em exigências estabelecidas pela comissão.