Para se colocar na ambicionada faixa dos sedans médio/pequenos a VW necessitava de um produto moderno. Em conseqüência, surgiu o Virtus, recentemente apresentado à imprensa e que, desde logo, deu a impressão de ter todas as características necessárias para ganhar seu lugar. mas carregando consigo um grave problema : seu preço. Este é demasiadamente elevado para o nicho a que o Virtus aspira e fatalmente incidirá negativamente em suas vendas.
Mas vamos por partes. Um produto novo necessitava de novidades mecânicas e de design.
A mecânica não foi uma novidade total, mas se encaixou perfeitamente no perfil desejado, com seu ótimo motor 1.0, três cilindros, turbo, já visto, por exemplo, no pequeno Up! e em outros modelos da marca. E a ele foi somado, para compor a versão de entrada, o velho 1.6 quatro cilindros, ainda em produção por razões exclusivamente comerciais. Naturalmente alguém mais afeito à mecânica poderá se perguntar, visto o preço do carro, a razão de não ter sido incluída uma suspensão traseira mais moderna, em lugar do eixo de torção. Mas isso não invalida, ao menos no mercado nacional (na Europa a questão teria peso bem maior) a escolha feita.
O design se valeu da plataforma modular MQB para aumentar sensivelmente o entre-eixos (passou dos 2.565 mm do Polo para 2.651 mm no Virtus) e ter um comprimento total de 4,482 metros. Isto lhe dá duas sensíveis vantagens em relação a seus concorrentes : maior espaço interno, os ocupantes do banco traseiro ficando à vontade mesmo com os bancos dianteiros colocados bem atrás, e um porte de carro maior.
Esta última impressão é fundamental para conquistar inicialmente o cliente, que acaba impressionado subliminarmente pelas três linhas longitudinais, um recurso que torna um pouco “pesado” o design mas que tem um efeito visual determinante. Ninguém, por exemplo, colocaria o Virtus na mesma categoria de HB20S e Prisma, sendo levado a compará-lo com modelos bem maiores.
Feito este exame preliminar, vale dizer que o Virtus é bem agradável ao ser dirigido. Sua direção é leve mas precisa, seu sistema de freios a disco nas quatro rodas atende perfeitamente às exigências, a estabilidade é a que poderia se esperar num tranqüilo carro de turismo e o conforto se ressente um pouco das irregularidades do piso. Como – infelizmente – se verifica em São Paulo em que as ruas mais parecem um percurso de teste de suspensão.
Quanto ao interior o aspecto geral é bom, talvez um pouco sóbrio demais, o porta-malas (item importante neste tipo de veículo) oferece 521 litros de capacidade e o isolamento acústico é adequado.