Por Luiz Carlos Secco
Um fim de semana diferente, empolgante e excitante em termos automobilísticos. Tiozão confesso, em meu sedã quatro portas, automático e repleto de sistemas eletrônicos cuja maioria não sei como desfrutar fui prestigiado por meu neto Lucas com a gentileza de me apresentar um Renault Sandero RS, que recebeu para avaliação para o site do amigo e símbolo pessoal e profissional Claudio Carsughi.
Uma grata experiência, que me fez voltar aos meus 30 anos, época em que iniciei um forte relacionamento com a marca Renault. Foi um Renault 1093 que me permitiu participar de uma festiva corrida entre jornalistas no Autódromo de Interlagos nos anos 60; alma do Willys Interlagos, primeiro modelo esportivo do Brasil; carro de formação de uma geração de campeões; da estreia de Emerson Fittipaldi em competições; da vitória de Bird Clemente no Grande Prêmio Air France, no Uruguai, e mecânica do primeiro monoposto brasileiro da Fórmula 3 internacional, pilotado por Wilsinho Fittipaldi, na Argentina. E, entre outras façanhas, o estabelecimento do recorde de 50 mil quilômetros, realizado no Autódromo de Interlagoas e, que, mesmo depois de capotar ao longo da prova, chegou todo amassado ao importante recorde e ganhou o nome de Teimoso no programa do Governo de incentivo às vendas, em uma das várias fases de crise econômica do País.
Octogenário assumido, hoje obediente às indicações das placas, semáforos e legislação, na condução do Sandero RS me senti o cabeludo dos anos 60, cheio de ímpetos para fazer curvas em alta velocidade, tentando imitar o que os pilotos comentavam em suas conversas informais porque o comportamento do automóvel convida, excita e provoca. Ao girar a chave de contato o ronco do motor, um simples 2.0, mas de razoável cavalaria, convida para emoções mais fortes, que acontecem com as acelerações e com a confiança transmitida pelo firmeza do conjunto, a relação com o solo imposta pela harmonia do conjunto formado por suspensão, rodas e pneus e as corretas engrenagens das cinco marchas que me restituiu o prazer que o câmbio automático eliminou.
Externamente, o Renault Sandero RS é identificado por agradável decoração vermelha aplicada aos para-choques, capas dos espelhos retrovisores externos, calotinhas realçando as rodas negras, calipers dos freios a disco e, nas criativas faixas laterais, a identificação Racing Spirit. No interior, a cor vermelha também realça os negros bancos dianteiros e traseiros.
Foi um curto test-drive, coisa de meia hora. Pouco tempo, é verdade, mas o suficiente para o Renault Sandero RS conceber o “milagre” de me fazer sentir bem mais jovem, me dar a sensação de vitalidade e de imaginar que ainda tenho algum tempo para curtir as coisas boas da vida. E que em vez do pijama e dos chinelos posso ter alguns anos mais para me divertir ao volante com essa espécie de elixir de mágico efeito rejuvenescedor.