A Ford e a indiana Mahindra estudam fechar uma aliança estratégica que garanta à montadora estadunidense ganhar mercado na Índia, país que, em breve, será o terceiro maior de veículos do mundo.
Em comunicado conjunto as empresas informam que as áreas de potencial cooperação incluem aumentar participação na Mahindra em âmbito global, carros conectados, programas de mobilidade, veículos elétricos e terceirização de outras áreas.
“O acordo entre as empresas permitirá que ambas aproveitem suas forças mútuas durante o período de transformação sem precedentes no cenário global do setor automotivo,” informaram as duas companhias.
A Ford e a Mahindra já haviam fechado parceria em meados dos anos 1990, quando o país abriu o mercado automotivo para investidores estrangeiros. As empresas instalaram uma fábrica na cidade de Chennai e produziram o Escort, Ikon, Fusion, Fiesta, Figo, dentre outros modelos, entretanto as vendas não se aproximaram das obtidas pela Suzuki e Hyundai na Índia e o acordo de cooperação foi encerado em 2005.
A associação de fabricantes indiana anunciou no começo deste mês que nos próximos cinco anos está programado o lançamento de novos modelos, intensificando a concorrência no mercado indiano que gera US$ 30 bilhões — R$ 93 milhões — e que deve ficar atrás apenas dos Estados Unidos e da China até 2020.
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A Suzuki e a Hyundai detêm hoje cerca de dois terços do mercado indiano, em maio a GM anunciou que deixará de vender carros na Índia no fim deste ano, depois de quase duas décadas brigando em um dos mercados mais competitivos do mundo e onde os veículos pequenos são os modelos mais comercializados.
PSA compra Opel e Vauxhall
Sabe-se que não é novidade a união global entre fabricantes de automóveis em via de redução de custos operacionais e de trocas de competências. No começo do mês de agosto passado, o Grupo PSA Peugeot Citröen concluiu a aquisição da Opel e Vauxhall, ambos, até então, braços europeus da GM.
O contrato, que foi assinado em março deste ano e somente concluído em agosto, envolve 1,9 bilhão de libras esterlinas (R$ 4,78 bilhões). A PSA espera realizar o investimento de 1,7 bilhão de euros (R$ 6,1 bilhões) para ajustar as contas das empresas, que, juntas, registraram perdas de US$ 15 bilhões (R$ 46 bilhões) nos últimos 16 anos, sendo US$ 257 milhões (R$ 796,7 milhões) só no ano passado.