Já faz alguns anos que a indústria automotiva passa por tempos de mudanças, fusões e alianças globais. A última investida foi protagonizada pela compra da Opel e Vauxhall pela PSA Peugeot Citröen, sendo antes posse do conglomerado FCA. A sueca Volvo, por sua vez, passou a pertencer à chinesa Geely desde 2010.
Muitas das aquisições, assim como em outros ramos de negócios, foram feitas para reduzir custos de operações e também para expandir suas atuações. Segundo dados do site La Guia del Motor, há indícios de que a alemã Daimler AG estuda mudar de estratégia de atuação com foco em projetos de mobilidade.
O grupo controlador da Mercedes-Benz pretende alterar sua estrutura corporativa em três núcleos independentes: carros, vans e caminhões e serviços financeiros da marca. Este seria um plano a ser lançado após a Assembleia Geral dos Acionistas, que acontecerá em 2019.
“A Daimler está continuamente revendo o seu posicionamento e estratégica para ser competitiva e capaz de responder às mudanças de mercado”, disse o diretor financeiro do grupo Bodo Uebber.
Este movimento do grupo auxilia a entrada de outras marcas dentro de uma das divisões. Haja vista que há algumas semanas eles fecharam uma aliança com a Bosch para desenvolver conjuntamente carros autônomos do nível 4 (fortemente automatizados) e do nível 5 (sem condutor). Este acordo visa à criação de uma frota de táxi e compartilhamento de carros para a circulação na Alemanha a partir de 2020, sem a necessidade de condutor.
No início de 2017, a Daimler já havia anunciado um acordo para introduzir seus futuros carros autônomos na frota da Uber. E o primeiro modelo a usar a tecnologia será o Classe E.
O governo alemão, no entanto, sancionou, por meio de 14 especialistas, na última quarta-feira (23) o “Código de Ética” para os carros autônomos. Neste, defenderam a tese de que os veículos controlados eletronicamente poderão causar menos acidentes se comparados com a condução humana.
Foco no ‘car sharing’
A divisão em três áreas e compromisso com a condução autônoma não são estudados apenas pela Daimler. Segundo informações da consultoria estadunidense ‘HybridCars’, a BMW está perto de concluir um acordo sobre o compartilhamento de carros em parceria com as empresas Car2Go e a DriveNow, ambas alemãs, com o objetivo de consolidar o mercado germânico para este tipo de serviço.