Após o trágico acidente com o avião que transportava a delegação da Chapecoense e jornalistas, algumas hipóteses sobre o que poderia ter causado a queda da aeronave já foram confirmadas. A principal delas é a falta de combustível.
A própria Lamia, companhia especializada em transporte fretado, afirmou que o avião deveria ter reabastecido em Bogotá, mas seguiu até Medellín. A aeronave tinha autonomia para realizar um voo de 3.000 km (a distância máxima que a aeronave consegue viajar). As cidades de Santa Cruz de la Sierra (ponto de partida) e Medellín (de chegada) estão separadas por 2.960 km — uma margem de folga considerada arriscada na aviação comercial.
O piloto até conseguiria aterrissar em Medellín sem parar ao longo do caminho para abastecer, mas para isso não poderia contar com imprevistos, como uma tempestade ou desvio de rota.
Então por que não abasteceu?
Segundo a FAA (Administração Federal de Aviação) dos Estados Unidos consultada pelo jornal El Tiempo, US$ 5 mil (cerca de R$ 17,3 mil) teriam bastado à LaMia para cubrir o valor de uma parada técnica para reabastecimento na capital Bogotá.
Seriam 20,6 mil libras de combustível no tanque, o que custaria US$ 4.827 (R$ 16,7 mil), já que o galão de querosene na Colômbia custa apenas US$ 1,57 (R$ 5,44). Com a taxa por uso do aeroporto e serviço em terra, o valor da parada técnica ficaria mesmo na casa de US$ 5 mil.
No entanto, esse não seria o único custo com o qual a LaMia teria que arcar, já que as autoridades suspeitam que o voo 2933 já entrou no país com nível de combustível abaixo do mínimo permitido. Com isso, assim que aterrissasse em Bogotá, a empresa teria que arcar com uma multa de US$ 25 mil (R$ 86,6 mil), sem contar que o avião possivelmente seria apreendido pelas autoridades.