Após te-lo apresentado no Uno, a Fiat agora colocou seu novo motor 1.0 de 3 cilindros também no Mobi, buscando com isso fortalecer a imagem de carro para uso urbano de seu mais recente lançamento.
Na verdade este Mobi 3 cilindros pode perfeitamente ser usado também em rodovias, como tivemos oportunidade de fazer na imediações de Atibaia, indo até Bragança Paulista e voltando. Com duas pessoas a bordo, ar condicionado sempre ligado e pouca preocupação com economia de gasolina, fizemos 15 km/litro, o que nos parece uma marca bem razoável. Embora longe do que pudemos obter, numa pista, onde, dirigindo com o máximo cuidado e, naturalmente, ar condicionado desligado conseguimos a marca de 27,2 km/litro.
Entre esses dois extremos fica, em nossa opinião, o que um motorista cuidadoso poderá obter com o Mobi 3 cilindros, cuja faixa mais apreciável de torque começa em 2.000 rpm e vai até cerca de 4.000 rpm.
O motor é fruto de um cuidadoso trabalho da engenharia Fiat (ou, se preferirem, da FCA, para aí englobar também a Chrysler) visando otimizar a queima da mistura ar/gasolina, com uma taxa de compressão bem elevada (13,2:1) e a busca de um balanceamento das peças em movimento de forma a reduzir ao mínimo o atrito. A explicação do que foi feito seria bem mais ampla, mas aí entraríamos num terreno demasiadamente técnico para a maioria de nossos leitores e por isso nos abstemos de faze-lo. O que se pode ainda destacar foi a redução de peso alcançada (o bloco em alumino, por exemplo, é cerca de 7 kg mais leve de um equivalente em ferro), o que é sem dúvida louvável. Sobretudo quando os projetistas são obrigados a conter os custos industriais entre parâmetros severos e previamente definidos.
Em nossa opinião este é o primeiro passo da FCA na área de motores 3 cilindros e parece provável, a médio prazo, a apresentação de outro motor, talvez derivado deste, com toda a ferramenta tecnológica já disponível. Refiro-me a um cabeçote multiválvulas, a injeção direta e a um turbo, coisas que, juntas a outros detalhes, podem levar a potência para uns 130 cv. E aí colocar esse motor num carro de nicho, algo parecido com a 500 Abarth, por exemplo.
Quanto ao resto, este Mobi deu importante passo à frente na oferta de opcionais relacionados à conectividade e está no nível de muitos diretos concorrentes, bem como no que diz respeito a acabamento e conforto para motorista e passageiros. Agora caberá como de hábito ao mercado dar seu julgamento final.