Em 4 de julho do ano passado, em Santiago, o Chile conquistava a primeira Copa América de sua história, nos pênaltis, frente à Argentina, após longos 120 minutos de bola rolando sem gols.
Hoje, as duas seleções novamente se encontraram diante do mesmo cenário de 2015. Uma nova história seria escrita, porém com alguns fatos que remetem bastante à época como, por exemplo, a Argentina ficando mais uma vez com o vice (o terceiro em três anos), mantendo seu jejum de 23 anos sem título, Higuain repetindo a façanha de perder uma chance clara de gol numa final (aconteceu na Copa do Mundo e no continental do ano passado) e Messi com uma atuação apagada na decisão, o que o torna alvo de duras críticas, além de render uma série de comparações com Maradona.
Quanto ao jogo, pela primeira vez desde o início do torneio, os argentinos entraram em campo com sua força máxima, com o retorno de Di María, que perdeu as última três partidas por sentir dores musculares. Messi e Biglia, que perderam o início da competição por lesão, também começaram jogando. O Chile também ganhou reforços de peso, ambos no meio de campo, com Diáz recuperado de lesão, e Arturo Vidal, que cumpriu suspensão na semifinal.
O início de jogo foi bastante intenso, com divididas ríspidas e muita pressão argentina sobre a saída de bola, impedindo o Chile de impor seu toque de bola. No entanto, na etapa inicial, o árbitro brasileiro Héber Roberto Lopes roubou o protagonismo de argentinos de chilenos na decisão ao distribuir seus cartões. Aos 28′, ele expulsou Marcelo Díaz com o segundo amarelo por uma trombada em Messi. Mais tarde, aos 42′, o lateral argentino Marcos Rojo levou vermelho direto por uma entrada dura em Vidal. Para mim, ambas as expulsões são completamente questionáveis.
Apesar disso, durante os 14 minutos que a Argentina esteve com um a mais em campo não fez lá muita coisa. O Chile também não, e terminou a primeira etapa sem dar um chute à meta de Romero, enquanto a equipe celeste já havia finalizado seis vezes.
No início da etapa complementar, no 10 contra 10, abriram-se mais espaços, favorecendo o jogo de passe chileno. Tanto que a Argentina praticamente não viu a cor da bola.
Tata Martino conseguiu equilibrar o jogo ao tirar Di María para a entrada de Kranevitter, volante com mais poder de marcação. Aos 24, foi a vez de Agüero entrar em campo, no lugar de Higuaín — melhorou.
O jogo foi para a prorrogação e Agüero era a principal arma dos argentinos. Já o Chile, terminou o jogo sem Alexis Sánchez, que sentiu a coxa e deu lugar a Francisco Silva.
Na disputa de pênaltis, os dois craques de cada time começaram errando. Vargas parou na defesa de Romero e Messi isolou a bola na arquibancada.
Quem acabou sentindo o peso da falha foi o atacante do Barcelona, uma vez que Bravo defendeu a cobrança de Biglia e Francisco Silva acertou o chute decisivo que garantiu mais uma consagração da melhor geração da história do futebol chileno, o melhor das Américas.