Com exceção do fator casa, o Brasil tinha todas as condições do jogo a seu favor. Ou seja, hoje era um dia perfeito para fazer uma boa partida e reconquistar um pouco a confiança do torcedor, mas não foi bem assim.
O Brasil tinha muitas dificuldades para sair com a bola, não apenas em função da marcação argentina, mas porque errava uma barbaridade de passes. Isso dava uma série de oportunidades de contragolpes à equipe mandante, que explorava bem o lado esquerdo da defesa brasileira, que tinha sérios defeitos.
Era por esse setor que Di María aparecia muito bem na etapa inicial, visto que Neymar não apoiava na marcação. Além disso, o craque rendeu muito abaixo daquilo que esperávamos; contudo, não foi só ele.
Quase todos que estiveram em campo jogaram mal. Alisson esteve bem, vale lembrar. Todavia, a defesa não era segura, Luiz Gustavo fazia uma de suas piores atuações na Seleção, Elias ficava preso sem poder avançar e a bola não chegava ao isolado Ricardo Oliveira.
No gol da Argentina, um lance que até agora não entendi o posicionamento da zaga verde-amarela. Três jogadores estavam na jogada cercando Di María na intermediária, que se livrou encontrando Higuain nas costas de David Luiz.
Uma tremenda confusão.
Para a etapa complementar, Dunga agiu certo ao sacar Ricardo Oliveira, com dez minutos, e colocar Douglas Costa. Acertou tão em cheio que o atacante do Bayern participou diretamente do gol de Lucas Lima, que também rendia pouco, mas que mostrou ter muita estrela para empatar o jogo.
Outra alteração que achei interessante foi a entrada de Renato Augusto, alternando bastante seu posicionamento com Neymar. Ora jogava como meia centralizado, ora atuava como uma referência no ataque.
Em relação ao primeiro tempo, o Brasil melhorou muito e a Argentina piorou bastante. Em razão disso, o empate foi mais do que justo.
Ademais, o lance de David Luiz, que ao roubar a bola e sair desesperado em velocidade, esclareceu qualquer duvida que tinha respeito de sua titularidade. Agora, se Gil tiver uma atuação segura contra o Peru, o zagueiro do PSG pode acabar como Thiago Silva.
Por fim, o resultado complicou a Argentina na competição e a reputação de Tata Martino com o torcedor. Além disso, também mostrou uma clara proposta de Dunga no torneio: vencer em casa e empatar fora.