O GP Brasil, penúltima prova do mundial deste ano, apresentou a merecida vitória de Rosberg, que foi sempre superior a seu companheiro (e recém sagrado campeão mundial) Hamilton. Um Hamilton, por sinal, que pareceu ainda sob os efeitos das festanças pós terceiro título mundial. Aliás, não se pode esquecer que, na 2ª feira passada, voltando de mais uma festa para casa, no Principado de Monaco, conseguiu bater em três carros que estavam estacionados. E sua explicação foi bem sincera: “tinha bebido um pouco demais, e meu pé escorregou do freio para a embreagem”. Isto, naturalmente não tira nenhum mérito ao triunfo de Rosberg, mas deve ser levado na devida consideração em qualquer análise racional.
Paralelamente, no plano mecânico, a Mercedes foi superior a todos os demais concorrentes, a ponto de apenas a dupla da Ferrari conseguir terminar a corrida na mesma volta dos vencedores. Todos os demais, a começar por Bottas, com sua Williams, amargando pelo menos uma volta de atraso em relação às flechas prateadas.
A Ferrari, que teve Vettel mais uma vez na terceira colocação, a 6″4 de Hamilton, segundo colocado, tentou várias estratégias para chegar mais perto da Mercedes. Assim, no segundo pit-stop, Vettel optou pelos pneus macios, enquanto Raikkonen esticou o máximo que pode o mesmo pit-stop, mas tudo isso de nada adiantou, tal a superioridade das Mercedes.
Assim o GP Brasil teve alguns momentos de interesse apenas nas posições centrais, com as disputas Verstappen x Perez, Grosjean x Maldonado e Ericsson x Maldonado. Pois tanto Massa, que acabou em 8º, como Nasr, que foi 14º, em que pese o empenho demonstrado não conseguiram entusiasmar o público presente a Interlagos.
Quanto a Massa, aliás, sua posterior desclassificação em função de irregularidade na pressão dos pneus não modifica em nada o julgamento de sua apresentação. Esta medida, por sinal, é apenas a conseqüência dos problemas com insuficiente pressão dos pneus observada em alguns GPs, notadamente com os carros da Mercedes, que acabaram ocasionando problemas. E aquilo que antes era apenas uma “recomendação” da Pirelli acabou virando lei.
Contudo, o que se pode tirar deste GP (e provavelmente do próximo, que acontecerá em Abu Dhabi no próximo dia 29) são previsões para o campeonato mundial de 2016.
A previsão mais imediata é que a Mercedes deva ter ainda uma certa vantagem sobre todos os demais, embora exista a possibilidade da Ferrari reduzir um pouco essa vantagem, se seus engenheiros conseguirem um avanço semelhante ao que ocorreu do ano passado para este. Mas esta é apenas uma mera hipótese, a ser eventualmente confirmada nos testes pré-campeonato, pois também a Mercedes deverá progredir. Quanto às demais equipes, não vejo nem Williams nem Red Bull (esta ainda às voltas com o problema do fornecedor de motor, talvez fique mesmo com Renault) condições de lutarem com a Mercedes. E as demais, nem pensar, apenas da McLaren-Honda podendo-se esperar algo melhor do que vimos este ano e que relegou tanto Alonso como Button ao papel de simpáticos e inócuos figurantes.
Com relação aos pilotos brasileiros é fácil prever para Massa uma temporada semelhante à atual, com intensa luta interna com Bottas na equipe Williams, enquanto Nasr pode utilizar a experiência ganha este ano para ter um melhor desempenho, já que qualidades para tanto não lhe faltam.