A situação da FIFA lembra de perto o exemplo bíblico em que Jesus expulsa os vendilhões do Templo. No caso presente, ainda não se sabe quem será o autor da proeza, mas os vendilhões estão bem definidos. Vários estão presos, outros foram suspensos preventivamente, o mais forte candidato à presidência, o francês Platini, começa a perder o apoio da entidade que ainda preside, a Uefa, e não se sabe se – e em quais condições – poderá concorrer à presidência da FIFA em 26 de fevereiro.
Por aqui, o presidente da CBF, que de repente deixou de fazer jus a seu nome (na antiguidade Marco Polo foi um célebre viajante veneziano), foi alijado da Conmebol. E a entidade se viu numa saia justa, na reunião de emergência da FIFA realizada nesta terça-feira, para explicar o acontecido. Teve que prometer a solução desta vexatória situação para a próxima reunião, em dezembro. Antes disso, a 26 de novembro, será realizada uma reunião da Conmebol no Rio, para definir a saída de Del Nero da entidade continental.
O desespero da FIFA para salvar o pouco que resta de credibilidade à instituição, e assim não perder todos seus milionários patrocinadores, se evidenciou num comunicado distribuído à imprensa, evitando a tradicional entrevista coletiva onde certamente surgiriam perguntas embaraçosas.
Neste comunicado são apresentadas as bases de uma profunda reforma da entidade, passando pela criação limites de idade para seus dirigentes, limites de mandato, publicação dos salários pagos e até mesmo o fim de seu Comité Executivo.
Se tudo isso der certo, a FIFA terá salvado a si mesma. Quanto ao futebol brasileiro, órfão do apoio da CBF nos mais altos escalões, o que tira qualquer cobertura política não só à seleção mas principalmente aos clubes, cabe apenas esperar…e rezar !