Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
Chile e Uruguai nos proporcionaram o duelo mais interessante até o atual estágio da Copa América. Desde os minutos iniciais da partida era possível compreender a proposta da equipe de Tabarez. O treinador solidificou o sistema defensivo uruguaio, posicionando muito bem os homens de defesa e compactando os atletas de meio campo, e apostou na velocidade dos atacantes para realizar bons contragolpes. Já o time de Sampaoli, tinha mais volume no campo de ataque, mas não conseguia finalizar com perigo à meta de Muslera, enquanto os uruguaios criavam as melhores chances frente a Bravo.
Na etapa complementar, Abel Hernández entrou e deu mais agressividade ao ataque celeste. O Chile, por sua vez, seguia trocando passes rápidos no ataque. Além disso, Valdívia, um dos destaques do duelo, cumpriu seu importante papel de ser o cérebro do time. O time da casa cresceu ainda mais no jogo em função de um fator que teve influência direta no resultado final da partida: a expulsão de Cavani. O jogador uruguaio havia tomado um cartão amarelo por ter “peitado” o assistente brasileiro e, aos 62, levou outro por dar um tapa no rosto do adversário, na frente do juíz. Após isso, o Chile se lançou inteiramente ao ataque, mas seguia esbarrando na defesa do Uruguai. Ademais, a cada contra-ataque dos visitantes, os chilenos sentiam uma emoção diferente e, consequentemente, veio o nervosismo em razão de estar jogando em casa, com um jogador a mais, aumentando a responsabilidade de conquistar o resultado positivo.
O time de Sampaoli ficou mais tranquilo após o gol. Evidentemente, o Uruguai precisava sair para o jogo e, com um atleta a menos a poucos minutos do fim, o cronômetro se tornou inimigo.
O jogo foi típico de um clássico sul-americano, com muita confusão, disputa e marcação mais do que cerrada. Uma partida da qual o árbitro não pode perder o controle nem por um segundo. No fim, Sandro Meira Ricci mostrou o vermelho para Fucili e tal ato gerou uma confusão ainda maior, que paralisou a partida por mais de cinco minutos; mas, nos acréscimos, o brasileiro desconsiderou as duas paralisações.
O Chile é a melhor equipe da competição até este momento. Agora espera o vencedor do confronto entre Bolívia e Peru — o que indica que os mandantes do torneio terão um adversário mais fraco tecnicamente; mas lembrando que a técnica não define a lógica, e esta jamais poderá ser confundida com o favoritismo.