Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
O São Paulo chegou a um acordo com a CBF e a Conmebol para a alteração de datas de jogos no Campeonato Brasileiro e na Copa Sul-Americana. A primeira partida da semifinal do torneio internacional, que seria na próxima quarta-feira (dia 12), contra o Atlético Nacional, em Medellín, foi adiada para o dia 19, visto que a diretoria do clube paulista alegou que não conseguira voos de Salvador (onde o time enfrenta o Vitória neste domingo) para a Colômbia.
O Internacional não gostou nada desse acordo e o vice-presidente Marcelo Medeiro fez o seguinte pronunciamento: “O Internacional foi surpreendido com esta decisão e estou aqui para fazer uma manifestação de protesto e indignação […] No mínimo, com a data mantida, a CBF precisa transferir o jogo com o Goiás de sábado para domingo”.
O que me chama a atenção é o fato de apenas São Paulo e CBF decidirem esse acordo. Vejo que o clube gaúcho reclama com razão e tem motivos para esse tipo de manifestação. O Regulamento Geral das Competições da CBF, em seu Artigo 11 incisivo II prevê que as solicitações de modificação de jogos precisam ser feitas com 10 dias de antecedência, porém, deixa uma brecha que enfraquece o plano. Na alínea d) o documento afirma que o prazo pode não ser observado em caso de real motivo de força maior. Neste ponto se encaixa o pleito do São Paulo, que tinha jogo da Copa Sul-Americana marcado para 12 de novembro (agora será 19 de novembro).
É totalmente cabível ao São Paulo a alteração das datas de suas próximas partidas. A maratona de jogos que a equipe paulista vem encarando é algo desumano, pois jogou, entre 10 de agosto e 5 de novembro, 26 vezes, média de um jogo a cada 3,2 dias. Ainda jogará mais sete vezes entre o próximo dia 9 até 30 de novembro. Assim, fica impossível de exigir do time boas atuações, jogadores mostrando bom futebol técnico ou, até mesmo, vitórias.
O Internacional ainda ameaçou de recorrer ao STJD, mas a possibilidade de sentar com o São Paulo e a CBF para chegarem em um novo acordo provavelmente não foi pensada.