Recentemente o presidente Mario Gobbi, numa longa e interessante entrevista ao repórter da Jovem Pan, Fabio Seródio, falou das dificuldades que o Corinthians fatalmente encontraria na reformulação do elenco, agora entregue ao técnico Mano Menezes. Isto pelo impacto que essa reformulação teria junto a uma torcida acostumada a sucessivos triunfos sob o comando de Tite e que a última temporada, não muito feliz, não apagara de todo.
Mano Menezes começou seu trabalho mas, em lugar de ter um bom período para testes e análises da qualidade do elenco que lhe tinha sido posto à disposição, e a escolha dos reforços necessários, ao lado dos que deveriam ser mandados embora, teve que montar às pressas um time para disputar o campeonato paulista. Só um milagre, nessas condições, poderia dar ao Corinthians um bom time e os primeiros, amplamente negativos resultados, acabaram se refletindo no triste desfecho final: eliminação, com uma rodada de antecipação, da fase decisiva do campeonato paulista.
Como técnico nenhum tem a varinha mágica que transforme um elenco (bom ou mais ou menos não vem ao caso) num time altamente competitivo, o desfecho era lógico e esperado. E agora, mesmo com um pouco de tempo mais para armar o time, não se pode racionalmente esperar por uma equipe coesa e compacta, que brilhe intensamente no campeonato brasileiro. Isto deixando de lado a Copa do Brasil onde a eliminação direta sempre pode trazer surpresas, positivas ou negativas que sejam..
No atual elenco do Corinthians existem jogadores que brilharam intensamente no passado mas que agora mostram claramente que seu ciclo no Parque São Jorge já acabou. O exemplo mais claro disso é Emerson, cujo contrato, em minha opinião, não deveria ter sido renovado pois não é sempre que o clube vai conseguir uma troca tão favorável como foi a com o São Paulo, dando Pato e recebendo Jadson. Isto é, livrando-se de um problema e encontrando uma solução para o meio de campo.
Além disso, fica claro que é necessária uma mudança de esquema para melhor aproveitamento do material humano disponível, já que, se usar dois laterais que apoiam com eficiência mas tem falhas na marcação, é imprescindível integra-los com um meio de campo que tenha pelo menos dois bons marcadores, embora três possa talvez ser o número ideal para devolver ao Corinthians aquela solidez defensiva que é o ponto de partida da construção de um grande time.
Enfim, seja como for, o torcedor deve entender que esta será uma temporada de transição e cobrar resultados a curto prazo representa desconhecer a realidade do futebol…