Neste instante muito difícil para o São Paulo quer no plano do futebol quer no político, Muricy usa a sua experiência e evolui em sabedoria. Aqui falaremos apenas do esporte embora haja estreita ligação, senão que interferência, daquele neste.
Com grande problema no Campeonato Brasileiro, correndo sério risco de ser rebaixado para a Série B, o São Paulo inicia hoje a disputa pela Copa Sul-Americana contra o Universidad Católica no Morumbi.
O dilema de Muricy é decidir a qual competição dar prioridade, ou seja, o que é mais importante, neste instante, para o Clube e, logicamente, para os torcedores: manter-se melhor colocado no campeonato nacional e garantir a permanência na divisão maior ou tentar a conquista do outro campeonato para disputar a Libertadores no ano que vem.
Se ouvir os interessados (todos) certamente ouvirá preferências igualmente divididas, ou seja, o mico continuará na sua mão e se o resultado for negativo todos, após o término das competições, afirmarão que ele errou e o emprego irá para o brejo, até porque estamos num ano político.
O discurso normal dos treinadores nessa circunstância é defender o dele e dizer que a responsabilidade é de todos e que ninguém (nenhum jogador) será poupado e apontaria muitas razões para essa posição.
Muricy, no entanto, revelando sabedoria decide poupar, depois de ouvidos o médico e os preparadores físicos, três dos seus jogadores sendo Rodrigo Caio e Jadson titulares e Welliton reserva. Os titulares pelo excesso de jogos neste ano e pelo consequente desgaste físico que os sujeita a contusões.
Isto acontece no instante em que vários jogadores protestam contra o calendário da CBF, ou seja, com esta atitude, de certa forma, Muricy apoia o movimento dos atletas embora não seja esse o objetivo da sua decisão.
Dizem que os comentaristas sempre procuram fatos ruins para criticar. Muricy, no entanto, num universo de decisões medíocres destaca-se por um comportamento que o coloca em outro mundo. O mundo da dignidade, do respeito e do amor ao próximo, ou seja, no mundo dos sábios.
Waldo Braga