A vitória do São Paulo sobre o Atlético mineiro, perante mais de 50 mil entusiasmados e esperançosos espectadores, teve lances de bom futebol mas, sonretudo, mostrou a dedicação de uma equipe que se recusava a ser eliminada logo na fase inicial da competição que sua torcida mais curte, a Libertadores. Era uma situação muito dificil, pois o tricolor não apenas precisava quebrar a invencibilidade do Atlético, melhor time do torneio, mas torcer para que na Argentina o Arsenal vencesse The Strongest, mas não o fizesse por goleada.
No fim, tudo deu certo, no critério de desempate o tricolor, com os mesmos 7 pontos do Arsenal, levou a melhor e classificou-se para a fase seguinte.
O sucesso do São Paulo teve, em minha opinião, uma figuras humana que se destacou de todas as demais: o goleiro e capitão Rogério Ceni. Prestes a encerrar sua carreira, Ceni tinha falhado frente ao The Strongest, pondo em perigo a classificação de seu time. E teria sido para ele muito triste encerrar a disputa da Libertadores, no estádio que o viu tantas e tantas vezes protagonistas de históricos triunfos, com uma eliminação.
Eu não sei o que passou pela cabeça de Rogério quando, com o escore teimosamente fixo num inútil 0-0, ele se preparou para chutar mais um penal…provavelmente, como acontece em casos deste tipo, deve ter passado em sua mente o filme de toda sua carreira. E a realização deste gol, um à mais numa carreira que muito dificilmente terá igual como goleiro artilheiro em todo o futebol mundial, deve ter tido o sentido de uma libertação interior.
O que vai acontecer agora, na fase de eliminação direta da Libertadores, ninguém pode prever, o próprio Atlético, que sonhava em eliminar antecipadamente o São Paulo de seu caminho, poderá sentir o golpe. Mas o que é certo, é que, in extremis, a Libertadores salvou um de seus maiores protagonistas…