
Foto: Divulgação/Salão
A volta do evento que marcou, desde 1960, a história da indústria automobilística brasileira, consolidou-se com o sucesso da 31ª edição encerrada no último dia 30. O Salão do Automóvel entrou agora no calendário oficial da cidade e já tem os dias reservados para a próxima edição bienal no Distrito Anhembi: 30 de outubro a 7 de novembro de 2027. Assim evitará o que aconteceu este ano: acesso prejudicado por interdições para preparativos da prova de Fórmula E.
Dez empresas já anteciparam a participação: Caoa Changan, Caoa Chery, GAC, Hyundai, Kia, Omoda & Jaecoo, Renault, Toyota, Suzuki Motos, além das sete marcas do grupo Stellantis. Certamente haverá outras (pelo menos duas fabricantes não reveladas) acenaram para a edição de 2027, pois o Salão superou as expectativas. Foram 516.000 visitantes e mais de 10.000 testes apenas na área interna exclusiva de 14.000 m². Tudo sob climatização perfeita.
Este ano estandes estavam padronizados em 500 m² (no passado, até quatro vezes maiores) para fabricantes locais e importadores, sem permissão de mezaninos. Em dias cheios, visitantes se queixaram que estandes menores dificultavam ver os carros.
Na edição de 2018 havia 110.000 m² (incluindo área externa) no São Paulo Expo e 700.000 visitantes. Agora a área ocupada total foi de 66.000 m², o que, entretanto, não diminuiu a importância do evento. Pela primeira vez estava autorizada a venda de veículos nos estandes. A Kia, por exemplo, comercializou 119 carros (outras marcas não divulgaram números). Reclamações do público continuaram: estacionamento e alimentação por preços altos.
Mercado brasileiro de veículos leves hoje é disputado por nada menos do que 46 marcas, fora 10 no limbo, segundo a consultoria K.Lume. Várias têm presença simbólica, bom ressalvar. Apenas 19 e oito de motocicletas estiveram no Salão deste ano. Portanto, há espaço para crescer desde que as vendas subam de patamar nos próximos anos e atraiam novos expositores.
・ BMW comemora 30 anos no mercado brasileiro
Poucos vão se recordar. Quando o presidente Fernando Collor abriu a importação de veículos em 1990, suspensas desde 1976 em razão do aumento dos preços do petróleo (na época a dependência externa era de 60%), o primeiro automóvel a desembarcar não foi o modelo russo Lada Laika. A Regino Import trouxe direto da fábrica na Alemanha um sedã 520i, na cor preta. A própria BMW só se instalou no Brasil em 1995 ainda como importadora. A divisão de motocicletas já no ano seguinte. Dez anos depois, passou a montar as motos em Manaus (AM) com os incentivos da Zona Franca.
Em 2014 inaugurou a fábrica de automóveis em Araquari (SC). Teve a “coragem”, na época, de importar o modelo elétrico, i3 e o híbrido plugável i8. Onze anos depois saiu de Santa Catarina a unidade de número 45.000 do sedã Série 3. O primeiro motor turbo flex lançado no Brasil foi o do 320i Active Flex em 2013. Em 2024, comemorou 100.000 veículos produzidos no País. Atualmente além do Série 3, outros três modelos saem de Araquari: os SUVs X1, X4 e X5 híbrido plugável. O único centro de engenharia da marca bávara na América do Sul fica na mesma cidade.
No último fim de semana organizou, como parte da comemoração das três décadas no País, o BMW M Festival no autódromo de Interlagos, na capital paulista.
