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Todos os estudos técnicos no Brasil apontam a necessidade de qualquer cálculo de emissão de CO2, o gás carbônico que aumenta a temperatura do planeta, precisa ser feito não apenas do poço (prefiro o termo origem) à roda, mas também do berço (nascimento) ao túmulo (descarte). Contudo, parece muito conveniente ignorar esse conceito nos países mais desenvolvidos e com frotas gigantescas de veículos leves e pesados nos EUA, União Europeia e China. A exemplo do ditado popular “me engana que eu gosto”.
Para explicitar esse cenário, Anfavea e Boston Consulting Group (BCG) acabam de consolidar um grande trabalho de pesquisa. No caso brasileiro foi ressaltado que o automóvel movido por motor a combustão interna (MCI), seja flex, híbrido flex ou 100% etanol, apresenta em conjunto a menor pegada de carbono hoje existente no mundo pelo conceito correto de nascimento ao descarte.
No outro extremo surge o carro chinês rodando na própria China, que dispõe de fato da maior frota de elétricos do mundo, porém esta representa ainda uma proporção de apenas 9% do total em circulação. Na realidade, em torno de apenas 6% porque lá o governo soma híbridos plugáveis como se fossem elétricos. Estes são híbridos em paralelo e usam gasolina também. Elétricos de alcance estendido (com motor-gerador a combustão) igualmente podem ser considerados híbridos em série, embora dê margem a discussões.
Há outros destaques no estudo: um automóvel elétrico médio rodando no Brasil, ao longo de sua vida útil, emite 55% menos CO2 que o mesmo modelo que rode na China. Isso porque o segundo país mais populoso do mundo (Índia, primeiro) ainda utiliza de forma primária carvão para gerar energia elétrica, além de outras fontes fósseis como óleo combustível e gás natural.
A China construiu a maior hidrelétrica do mundo (Três Gargantas), em um esforço para diminuir sua pegada de carbono. Mas Itaipu binacional (93% da produção consumida pelo Brasil) frequentemente consegue gerar mais energia pela abundância de água represada. Aqui, 90% da nossa matriz elétrica é renovável ao incluir energias solar e eólica. Nos EUA e Europa o gás natural tem participação bem maior, em relação ao carvão, contudo também não se considera de origem limpa.
・ Herlander Zola lidera Stellantis na América do Sul
Executivo brasileiro com vasta experiência na área comercial, Herlander Zola assumiu a presidência do grupo franco-ítalo-americano com ideias próprias, mas manterá os pés no chão. Primeiro por rejeitar qualquer ação que indique acomodação em um mercado difícil e heterogêneo. Foi claro, em sua primeira entrevista, ao reconhecer que os chineses subiram rapidamente de 1% para pouco mais de 10% de participação no mercado brasileiro. Mas a Stellantis também avançou, ao consolidar a liderança da Fiat e introduzir uma marca de nicho, a Ram.
Ele prevê que nos próximos cinco anos a soma de híbridos e elétricos, no Brasil, deverá ter participação superior aos modelos apenas com motores a combustão. Contudo, não indicou qual seria o provável mix entre as alternativas. Elétricos continuarão a enfrentar dificuldades um país de dimensões continentais e a barreira do preço, agravada pelo imposto de importação que subirá para 35% em janeiro de 2027. Maior ônus fiscal, por outro lado, estimula a fabricação de elétricos no País.
A Fiat terá uma participação de peso no Salão do Automóvel que volta ao Anhembi, entre 22 e 30 de novembro próximos. Zola confirmou um produto inteiramente novo para Betim (MG), porém não o revelou. Tudo indica que é o Grande Panda. Também anunciou que a fábrica de Goiana (PE) terá mais uma marca. Supõe-se que poderá ser um elétrico da Leapmotor.
