Dacia Spring, o Kwid E-Tech europeu, poderá custar menos de 5 mil euros com os incentivos (Foto: Divulgação/Dacia)
Pode acreditar: notícia publicada no prestigioso site Automotive News Europe (ANE), em 30 de setembro. Mas, claro, há uma série de condicionantes porque o governo resolveu entregar um enorme subsídio de quase 600 milhões de euros (R$ 3,7 bilhões), entre outubro deste ano e junho de 2026, para tentar aumentar o interesse por automóveis elétricos na Itália. Apenas 5,2% dos carros novos vendidos naquele país são elétricos, enquanto a média na Europa sobe para 15,8%.
As exigências do programa italiano são grandes. Objetiva retirar veículos de circulação com 10 ou mais anos de uso que se enquadram em leis de emissões Euro 5 de 2011 ou menos (hoje o padrão é Euro 8) e entregá-los para desmanche. Aplica-se a famílias com renda mensal inferior a 2.500 euros (R$ 15.600) e que morem em áreas urbanas com mais de 50.000 habitantes. O bônus é tentador: 11.000 euros (R$ 68.640).
Leapmotor, associada à Stellantis, e Dacia, do grupo Renault, importam da China os hatches subcompactos T03 e Spring, respectivamente. E por conta própria deram desconto adicional de 3.000 euros (R$ 18.700). Assim, ambas as marcas baixaram os preços ainda mais: 4.900 euros (R$ 30.500), uma pechincha no bloco europeu. Leapmotor ainda provocou: “Este preço é menor do que vocês pagam por uma bicicleta premium”. Demais fabricantes descartaram essa estratégia.
“Os 597 milhões de euros alocados podem não ser totalmente utilizados, quando o programa terminar em junho de 2026, devido ao limite de baixa renda e à cobertura geográfica restrita”, disse um executivo de um fabricante não chinês sob condição de anonimato. Em outras palavras, o programa de incentivos apresenta tantas limitações que podem resultar em fracasso parcial.