
Foto: Divulgação
Emplacamentos somam 458 mil unidades no mês, com alta em diversos segmentos, destaque para carros híbridos e motos, enquanto incentivos fiscais e calendário mais favorável sustentam expectativa positiva para 2025
O mercado automotivo brasileiro registrou crescimento expressivo em julho, impulsionado por fatores como a redução tributária do IPI para automóveis sustentáveis e um calendário com mais dias úteis. Segundo dados divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), os emplacamentos de veículos, considerando todos os segmentos, somaram 458.055 unidades no mês, o que representa alta de 9,13% em relação a julho de 2024 e de 11,55% na comparação com junho deste ano.
Com o resultado, o setor acumula 2.798.699 veículos emplacados de janeiro a julho, avanço de 7,33% sobre o mesmo período do ano passado.
Para o presidente da Fenabrave, Arcelio Junior, o bom desempenho é reflexo de um conjunto de fatores, com destaque para o início do Programa Carro Sustentável, que entrou em vigor no dia 10 de julho. A iniciativa prevê a redução da carga tributária para veículos mais eficientes e acessíveis, estimulando o consumidor a antecipar a decisão de compra.
“O mês de julho teve três dias úteis a mais do que junho, o que contribui para parte do crescimento. Mas o avanço vai além do calendário: a nova política de IPI para carros de entrada reduziu os preços e aqueceu a demanda. A expectativa é de que esse efeito positivo se mantenha ao longo do segundo semestre, ajudando o setor a alcançar a projeção de crescimento de 5% para 2025”, afirma o dirigente. Ele também destaca a leve melhora nas condições de crédito como fator adicional para o bom desempenho do setor.
Automóveis e Comerciais Leves
A comercialização de automóveis e comerciais leves registrou alta em julho, impulsionada pelos efeitos do Programa Carro Sustentável. A redução do IPI favoreceu principalmente os modelos de entrada, com descontos que estimularam rapidamente a demanda. Segundo Arcelio Junior, presidente da Fenabrave, a medida atende a uma expectativa antiga do setor por um programa permanente que amplie o acesso da população a veículos mais acessíveis e sustentáveis.
Automóveis e Comerciais Leves Híbridos
Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves híbridos cresceram 73,18% entre janeiro e julho de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024, passando de 58.692 para 101.645 unidades. Segundo a Fenabrave, o avanço reflete a preferência dos consumidores por tecnologias de eletrificação mais acessíveis e alternativas, com os híbridos se consolidando como a principal escolha nesse segmento.
Automóveis e Comerciais Leves Elétricos Puros
Os automóveis e comerciais leves puramente elétricos registraram crescimento de 4,63% entre janeiro e julho de 2025, com 37.536 unidades vendidas, frente às 35.876 no mesmo período de 2024. De acordo com a Fenabrave, o avanço é gradual e acompanha o desenvolvimento de tecnologias de recarga e outros fatores que influenciam a decisão de compra dos consumidores.
Caminhões
O segmento de caminhões teve desempenho positivo em julho, superando a média mensal do primeiro semestre de 2025, com cerca de 8,9 mil unidades. Segundo a Fenabrave, além do maior número de dias úteis no mês, a expectativa de menor volume anual de emplacamentos levou fabricantes e concessionárias a adotarem estratégias mais agressivas de venda, apesar dos desafios como crédito elevado e cautela nos investimentos.
Implementos Rodoviários
Apesar da alta registrada em julho, o mercado de implementos rodoviários segue instável em 2025. A Fenabrave aponta que a renovação de frota continua lenta, impactada pelo enfraquecimento de setores como o agronegócio. Mesmo com a leve recuperação mensal, o segmento acumula queda no ano e deve encerrar 2025 com retração estimada em 20%.
Ônibus
O mercado de ônibus segue em alta no acumulado do ano, impulsionado principalmente por programas públicos como o Caminho da Escola, mas julho apresentou desempenho inferior ao mesmo mês de 2024, embora superior a junho. Segundo a Fenabrave, as oscilações refletem o ritmo das licitações e entregas, e a expectativa é de um crescimento moderado de 6% até o fim de 2025.
Motocicletas
O segmento de motocicletas continua em forte expansão e já responde por mais de 40% dos emplacamentos de veículos em 2025. A entidade projeta um ano recorde, com mais de 2 milhões de unidades, impulsionado pela eficiência, economia e crescimento dos serviços de entrega. Apesar da restrição de crédito, especialmente para motos de até 250 cilindradas, o consórcio tem ajudado a manter o ritmo de vendas, podendo levar a uma revisão positiva das projeções atuais, que apontam crescimento de 10% no ano.
Motocicletas Elétricas
As vendas de motocicletas elétricas cresceram 38% entre janeiro e julho de 2025, totalizando 5.864 unidades, frente a 4.248 no mesmo período de 2024. A alta é impulsionada pela chegada de novas marcas importadas e pela ampliação de serviços, mas o avanço ainda é limitado por fatores como baixa autonomia e preços elevados, que dificultam o acesso ao público que atua com entregas, segundo a Fenabrave.
MÁQUINAS AGRÍCOLAS
Observação: Como as Máquinas Agrícolas não são emplacadas, seus dados apresentam um mês de defasagem, pois dependem de levantamentos realizados junto aos fabricantes.
Tratores: As vendas de tratores apresentaram crescimento acumulado de 19,7% no primeiro semestre de 2025 em relação a igual período de 2024, recuperando-se, porém ainda sobre uma base baixa após a queda do ano anterior. Em 2025, 73% das vendas foram de tratores com até 100hp, impulsionadas por incentivos do Plano Safra que oferecem juros reduzidos para pequenos produtores. Entre maio e junho, houve aumento de 1,7% nas vendas mensais e crescimento de 9% na comparação anual, segundo a Fenabrave.
Colheitadeiras: As vendas de colheitadeiras no atacado fecharam o primeiro semestre de 2025 com alta de 7,1% em relação a 2024, apesar da sazonalidade do mercado. Após um maio fraco, junho registrou crescimento expressivo de 63,8% nas vendas, com alta de 43,9% na comparação anual. A Fenabrave destaca o otimismo cauteloso para o Plano Safra, mas ressalta que as incertezas no agronegócio podem afetar os negócios das concessionárias.