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Os critérios demoraram mais que o esperado para serem anunciados, contudo bem recebidos. Ideia central é impacto neutro na arrecadação de imposto sobre automóveis e comerciais leves. Veículos movidos exclusivamente a etanol (hoje, não existem), híbridos flex e elétricos pagarão menos IPI, enquanto os movidos a gasolina e diesel (mesmo híbridos) pagarão mais. Consumo de combustível, potência, itens de segurança ativa e passiva e até reciclabilidade entram na conta final e sempre os menos eficientes pagando mais imposto do que os eficientes. O veículo também deve se enquadrar como compacto.
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Um acerto foi deixar claro que produção tem que ser nacional e incluir todas as etapas como prensagem, soldagem, pintura, fabricação do motor e montagem final. Nada de “produção experimental” e sim efetiva.
Mais importante a registrar foi quase uma “guerra de preços” com os fabricantes de carros compactos e picapes leves lançando promoções com descontos de até 20%, bem acima da diminuição de IPI. Fiat, Hyundai, Renault e VW saíram na frente, todavia é certo que nenhuma marca deixará de se movimentar. Cada uma com sua estratégia.
Paulo Cardamone, da Bright Consulting, considerou acertado que os motores de menor potência (aspirados) paguem menos imposto do que os turbos, a partir de 3 de novembro. Entretanto, eficiência energética sempre será o critério mais justo, além da valorização dos motores flex. O programa Carro Sustentável termina em 31 de dezembro de 2026.
Por sua vez, o IPI Verde tem viés mais protecionista. Contudo, incentiva a produção no Brasil e penaliza gasolina e diesel. Marcas chinesas com fábricas plenas aqui deverão partir para motores flex, cuja tecnologia é dominada por fabricantes e fornecedores nacionais desde 2003.
É possível que previsões de venda para este ano sejam revistas para cima. A última projeção da Fenabrave diminuiu o crescimento esperado de 5% para 4,4% em 2025 sobre 2024. Movimento nas concessionárias já aumentou. Um bom sinal.