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Foi determinado no dia 25 de junho pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), através da resolução nº 9, o aumento do percentual de etanol na gasolina, medida essa que vai entrar em vigor a partir de 1º de agosto de 2025. Dessa forma, o valor de 27% vai subir para 30%, batizada agora de mistura E30.
Essa medida, segundo o governo, visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa e a dependência de combustíveis fósseis, além de reduzir o custo do combustível, fato esse que só vamos saber se vai acontecer na prática, pois especialistas dizem que isso será absorvido pelos distribuidores.
Mas todos os carros vão se beneficiar com essa medida? Conversei com um engenheiro da indústria automotiva que me explicou as variáveis para cada caso. Carros flex não devem sofrer impacto, pois são mais modernos e preparados para uma faixa maior de ajuste.
Carros mais antigos (anteriores a 1995) vão sofrer com isso, passando por problemas de partida a frio, de carburação em geral e de corrosão. O álcool é uma substância que absorve água (higroscópico), o que leva à corrosão em peças metálicas, danos em vedações e mangueiras, além de falhas na partida e desempenho.
Portanto é recomendada uma manutenção preventiva com troca de filtros, inspeções no estado das mangueiras e uso de aditivo específico para proteger o sistema de combustível.
Carros importados novos que só usam gasolina devem ser menos impactados pois, segundo a engenharia das montadoras, eles já vem com uma banda de segurança para ajuste da mistura automaticamente.
E as motos? Essas devem ser as que mais vão sofrer com a mudança, pois falham na partida a frio, embora o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), após ter realizado testes em 13 motocicletas incluindo modelos carburados e com injeção eletrônica, fabricados entre 2004 e 2024, ateste que essas dificuldades não configuram um impedimento para a adoção da gasolina E30. Já a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) manifestou preocupação com o impacto do E30.
Depois do anúncio do E30, veio a notícia de que a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) recebeu a tarefa de ajustar o parâmetro que mede a octanagem da gasolina e lançou proposta que o valor da mesma suba de 93 para 94, para assegurar a qualidade do combustível. Quanto maior a octanagem, maior a resistência à detonação da mistura de combustível.