O Brasil já teve esportivos de verdade no mercado. Durante as décadas de 70 mas especialmente entre os anos 80 e 90 várias opções estavam disponíveis para os consumidores. Naquele tempo esse nicho era disputado pelas marcas e trazia motorizações distintas e muito mais do que apelo visual.
Mas na metade da década de 90 a Fiat surpreendeu de novo trazendo para o mercado o primeiro modelo turboalimentado do país. O Uno Turbo i.e chegou em 1994 com 116 cv e uma turbina Garrett com 0,8 bar de pressão. Na época foi uma verdadeira revolução no segmento dos esportivos.
O primeiro destaque era justamente a parte estética com spoiler, apêndices aerodinâmicos nos pára-choques e também saias laterais bastante chamativas. Chamativas também eram as opções de cores entre preto, vermelho e amarelo. Ele chegou causando impacto na concorrência.
Além da parte estética com as rodas de 14 polegadas se destacavam também o cinto de segurança na cor vermelha, algo clássico dos esportivos italianos, e também um dos painéis mais completos já produzidos no Brasil que trazia manômetro de pressão do turbo, manômetro de pressão do óleo e voltímetro.
O desempenho do pequeno Fiat logo surpreendeu. Ele se tornou o carro nacional mais rápido a chegar aos 100 km/h. E até o lançamento do Vectra GSi, no ano seguinte, ele manteria essa marca com muito orgulho deixando os tradicionais concorrentes para trás.
Guiar o Uno turbo é uma experiência muito interessante. Em primeiro lugar vale destacar o contexto da época na qual 116 cv eram uma medida de respeito para um carro esportivo. Somado a isso o baixo peso e você tem uma equação muito divertida.
A Fiat lançaria no ano seguinte o Tempra Turbo, outra lenda que marcou época no Brasil. A produção total do Uno Turbo foi de 1800 unidades. Encontrar um deles hoje em dia é uma tarefa bem difícil já que muitos foram modificados ou acabaram ficando pelo caminho. Sem dúvida um dos modelos mais icônicos de sua época.