O Fusca tem uma das histórias mais incríveis da indústria automobilística mundial. Ele foi criado na década de 30 e basicamente tinha três qualidades que se prolongaram ao longo de toda sua trajetória: levar quatro pessoas, uma família média alemã da época, rodar tranquilamente aos 100 km/h e ter um custo de manutenção baixo. Sem dúvida essas três sempre foram suas grandes características.
No Brasil o besouro começou a ser montado ainda na década de 50 pela Brasmotor. Naquela época o sistema era o chamado CKD que consistia em simplesmente montar as peças estruturais que vinham de fora sem produção própria e nacional. Ele ficou assim até o final daquela década.
O primeiro modelo produzido pela Volkswagen no Brasil foi a Kombi, em 1957. Dois anos mais tarde o Fusca também foi nacionalizado e garantiu o passaporte brasileiro definitivamente. Ele garantiu também um lugar na garagem de milhões de brasileiros ao longo dos 30 anos seguintes. Realmente um grande mérito.
Na Europa o modelo evoluiu tanto quando falamos de suspensão quanto algumas tecnologias. Além da conhecida diferença na suspensão dianteira que fez a fama dele lá e que só chegaria aqui na Variant II ele também trazia um equipamento lançado no final da década de 60 que se tornaria bastante raro: o câmbio Stickshift.
Basicamente a ideia era conquistar definitivamente a América com uma opção que tornasse o uso nos grandes congestionamentos um pouco mais confortável. Dessa forma ele trazia uma transmissão de três velocidades com conversor de torque e sem o pedal de embreagem, já que era acionada a vácuo.
Guiar o Fusca com câmbio semi-automático é bastante confortável. É necessária uma ligeira adaptação para se adequar ao tempo da troca de marcha que, mesmo com ajuda do motorista, depende do acionamento da embreagem. Mas como agora são carros clássicos de passeio isso não me pareceu um problema. Nem de longe.
Nesse sentido temos uma primeira marcha para subidas íngremes e as outras duas para percursos urbanos e estrada. Lembrando que os limites de velocidade no final da década de 60 eram bem menores e os carros também eram bem menos velozes. De qualquer forma esta é mais uma vertente desse clássico alemão que conseguiu vender milhões de unidades e fazer história nos quatro cantos do mundo.